A FIFA afirmou esta quarta-feira que continua a aguardar esclarecimentos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) sobre o impasse das eleições na Liga (LPFP), uma semana depois de ter solicitado esclarecimentos sobre a situação. A FPP, no entanto, garante que já enviou “informações detalhadas”.
No início da semana passada, a FIFA solicitou esclarecimentos à FPF sobre as eleições na LPFP, cujos resultados foram anulados pelo Conselho de Justiça do organismo federativo.
Esta quinta-feira, questionado sobre decisões do organismo que tutela o futebol mundial relativamente à situação da Liga portuguesa, que gere os campeonatos profissionais em Portugal, um porta-voz da FIFA afirmou que “não temos ainda informações adicionais [ao pedido da FIFA]”.
“Neste momento, não estamos ainda em condições de abordar eventuais cenários futuros”, esclareceu o porta-voz da FIFA, que continua à espera de receber respostas da FPF, contatada pelo organismo no início da semana passada.
A FPF, no entanto, garante que enviou à FIFA, a 25 de setembro, “informações detalhadas” sobre o impasse das eleições na LPFP.
“A FPF respondeu à solicitação da FIFA a 25 de setembro com informações detalhadas sobre o assunto. É do interesse da FPF manter a FIFA informada sobre o desenrolar da situação [eleições na Liga]”, esclareceu uma fonte oficial do organismo federativo à agência Lusa.
Um imbróglio que se arrasta
O secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, afirmou na terça-feira, sobre a mesma matéria, que todas as partes têm de assumir as suas responsabilidades na resolução do problema, sublinhando que não deve haver interferência governamental na independência do futebol.
“Eu não me estou a ver a nacionalizar o futebol. Quando oiço alguns dirigentes a clamarem por outro tipo de intervenção, parece que querem que o Governo ou que o Estado interfira naquilo que é a independência do movimento desportivo. Não é esse o caminho”, afirmou o secretário de Estado, em Lisboa.
As eleições da LPFP de 11 de junho, em que Mário Figueiredo foi reeleito para um segundo mandato, foram anuladas pelo Conselho de Justiça (CJ) da FPF, que mandou repetir as eleições, por considerar que as listas encabeçadas por Fernando Seara e Rui Alves eram válidas.
Mário Figueiredo concorreu sozinho, porque o presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Liga, Carlos Deus Pereira, rejeitou as candidaturas de Rui Alves e Fernando Seara, alegando que estas não apresentaram candidatos a todos os órgãos sociais do organismo.
O CJ da FPF considerou ainda que a lista de Mário Figueiredo tinha vícios processuais, que podiam ser resolvidos.
Entretanto, Mário Figueiredo interpôs uma providência cautelar para travar os acórdãos do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol que obrigam à repetição das eleições na Liga.
Mário Figueiredo, que preside à LPFP desde janeiro de 2012, foi reeleito com os votos de apenas sete clubes: Sporting, Paços de Ferreira e Belenenses, da I Liga; e Leixões, Farense, Santa Clara e Atlético, da II Liga.
ZAP / Futebol365 / Lusa