Os hospitais temem “uma enorme sobrecarga” nos próximos meses, principalmente devido ao elevado número de pacientes não urgentes que têm acorrido às urgências.
As urgências dos hospitais públicos voltam a estar cheias de doentes, após um longo período em que a pandemia afastou os pacientes não-covid deste serviço. No entanto, realça o Jornal de Notícias, há milhares de casos não urgentes que deviam ser atendidos nos cuidados primários.
Os serviços de urgências não têm capacidade para acolher tantos utentes com o exigível distanciamento. Os hospitais temem “uma enorme sobrecarga” nos próximos meses.
Em setembro, os doentes não urgentes (pulseira azul) e pouco urgentes (pulseira verde) representaram 41% do total de urgências de todo o país. Segundo o JN, em causa estão 183 mil episódios (6.100 por dia) que deveriam ter tido resposta nos cuidados primários.
“Há quatro meses consecutivos que superamos os números de 2019, que já era o ano com mais urgências”, salienta o diretor da Urgência do Hospital de S. João, no Porto, Nélson Pereira.
“Vai haver uma sobrecarga progressiva, que ninguém vai aceitar. Vamos ter tempos de espera prolongados e, eventualmente, incidentes críticos que depois é difícil digerir”, admite ainda.
Em Gaia, além da grande afluência de pacientes não urgentes, há um inexplicável aumento dos casos emergentes, que têm de ser atendidos de imediato.
O centro hospitalar de Gaia/Espinho tem tentado desviar os pacientes não urgentes para os centros de saúde, mas não tem resultado. “Não está a funcionar. Os doentes não querem ir para o centro de saúde, preferem ficar horas à espera no hospital”, diz José Luís Almeida, que teme “que o inverno seja bem pior do que os anteriores”.
A situação repete-se no Hospital de Braga, em que os doentes com pulseiras azuis e verdes correspondem a 45% do total e na urgência pediátrica correspondem a 63%.
Com Centros de Saúde com falta de Médicos não é de admirar !