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O nariz robótico do MIT aprendeu a cheirar cancro (e pode caber num telemóvel)

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Cientistas do MIT criaram o Nano-Nose, um nariz robótico que cheira cancro da próstata. O objetivo é que a tecnologia venha a caber num telemóvel.

O telemóvel é um verdadeiro canivete-suíço tecnológico que temos ao nosso dispor: consegue “falar”, ouvir-nos e sentir o nosso toque. Só não consegue cheirar-nos — pelo menos, para já. Uma equipa de investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, está a tentar mudar isso.

Por vezes, as doenças têm o poder de alterar o odor do nosso corpo. A possibilidade de detetar esse odor pode levar a diagnósticos médicos mais precoces e precisos, escreve o portal Free Think. É nisto que a invenção dos engenheiros do MIT se foca em conseguir.

Alguns artigos científicos sugerem que a febre amarela cheira a carne crua, a febre tifóide cheira a pão cozido e a cetose diabética cheira a maçãs podres.

Há até quem diga que os cães conseguem cheirar algumas doenças.

Embora possa parecer algo descabido, a verdade é que quando uma célula saudável é atacada por um vírus, é produzido um subproduto tóxico, que pode ser emitido do corpo pela respiração, suor ou urina. Além disso, o nariz de um cão é até 100.000 vezes mais sensível do que o nosso.

“Em teoria, esta deve ser a deteção mais precoce possível de qualquer possível evento de infeção. Estamos a medir o resultado de uma célula infetada. Isto pode acontecer muito antes de se registar qualquer replicação viral”, explicou Josh Silverman, CEO da Aromyx, uma startup que tenta replicar digitalmente o nosso cheiro, em declarações à Bloomberg.

Em fevereiro deste ano, uma equipa de investigadores do MIT anunciou a criação do Nano-Nose, um nariz robótico com Inteligência Artificial. A tecnologia consegue alegadamente identificar casos de cancro da próstata com uma eficácia de 70%.

“Depois de construirmos o nariz robótico para o cancro da próstata, será totalmente escalonável para outras doenças”, disse o cientista do MIT, Andreas Mershin, em declarações à BBC.

Mershin sugere que o Nano-Nose é “200 vezes mais sensível do que o nariz de um cão” no que toca a identificar traços de diferentes moléculas emitidas pelo corpo humano.

“Os cães não sabem química”, disse Mershin. “Não veem uma lista de moléculas a aparecer na sua cabeça. Quando se cheira uma chávena de café, não se vê uma lista de nomes e concentrações, sente-se uma sensação integrada”.

Smartphones que conseguem cheirar-nos estão cada vez mais próximos da realidade, disse Mershin à Vox.

“Acho que ainda estamos a cinco anos, talvez um pouco menos”, disse o investigador do MIT, “para passá-lo de onde está agora para dentro de um telemóvel. E estou a falar em cem milhões de telemóveis”.

Daniel Costa, ZAP //

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2 Comments

  1. Tecnologia para reproduzir vários aromas já existe no Brasíl há anos! É a Tecnologia Aromatronics que permite que até fotos na internet tenham aroma, incluindo vídeos, tv, rádio, cinema, veículos e hotéis.

    • Os Brasileiros a acharem que inventaram o que já tinha sido inventado antes, vai ao google e pesquisa “nariz eletronico” e “eletronic nose”.
      Vivo aqui, no brasil, faz algum tempo, e uma boa parte das “invenções” brasileiras… já existiam fazia muito tempo em outros países.

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