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No Porto, a vitória de Moreira soube a pouco. PS teve a pior derrota de sempre

Estela Silva / Lusa

Rui Moreira após ser reeleito presidente da Câmara do Porto

Rui Moreira vai liderar a Câmara Municipal do Porto nos próximos quatro anos. Eleito pelo movimento independente “Aqui Há Porto”, com o apoio da Iniciativa Liberal e do CDS-PP, Moreira avança para um terceiro e último mandato à frente da Câmara da cidade Invicta.

A conquista de Moreira não surpreende, mas tem um sabor amargo para o candidato. Rui Moreira conquistou 40,2% dos votos na cidade Invicta – um valor que fica a baixo do resultado obtido há quatro anos.

Se em 2017 o presidente da Câmara do Porto teve uma vitória confortável – com 44,5% dos votos – que lhe garantiu a maioria absoluta na vereação da câmara municipal, ao eleger sete vereadores, agora o mesmo não acontece.

Moreira nunca deu como perdida a maioria absoluta, mas sabe que há uma diferença significativa de votos para ter, de novo, maioria no executivo. No seu discurso na noite eleitoral referiu que: “Governaremos com a representatividade que nos derem”, uma declaração que abre a porta a vários cenários, como noticia o Público.

Na intervenção que fez na madrugada desta segunda-feira, o autarca destacou o facto de nunca ter ganho eleições “com uma margem de diferença tão grande” em relação ao segundo partido mais votado, apesar de no seu núcleo duro já ser assumido que irá perder um dos seus vereadores eleitos no último mandato.

Ainda assim, Rui Moreira garante que o Porto irá continuar a ser forte e a ter o “carácter granítico” que sempre assumiu na história do país.

“Tenho a plena convicção que este projeto político que tenho a honra de liderar não pode continuar a ser submetido a taticismos de muitos dirigentes partidários”, referiu, acrescentando que é “urgente para o bem da democracia que se quer esclarecida, que promova a participação efetiva dos cidadãos e assegure a igualdade de voto que devemos promover a federação de milhares e cidadãos que hoje votaram em candidatos independentes”.

O candidato reeleito felicitou ainda os seus vereadores eleitos, salientando que o projeto de cidade independente “foi hoje de novo ratificado”, um projeto que voltará a apostar na qualidade”.

“Nunca esquecemos os nossos compromissos”, garantiu no discurso na sua sede de campanha na Avenida dos Aliados.

Como recorda o ECO, algumas das principais promessas de Rui Moreira para os próximos quatro anos passam pela captação de investimento, atração de talento, fundo europeus, turismo, comércio, inovação e transição digital, habitação, mobilidade, gestão de resíduos e energia.

PS diz que será a “alternativa democrática”

Tiago Barbosa Ribeiro, candidato do PS à Câmara Municipal do Porto, obteve um resultado desastroso nas eleições autárquicas deste domingo.

Apesar de Rui Moreira não ter alcançado a maioria absoluta, ficou muito à frente da força partidária que ocupou a segunda posição: o PS registou a maior derrota de sempre dos socialistas na corrida autárquica pelo Porto, conseguindo conquistar apenas 18,02% dos votos.

Em relação a 2017, o PS perde cerca de 10 pontos percentuais, quando conseguiu chegar com Manuel Pizarro aos 28,55%.

Já em 2013, no primeiro mandato de Moreira, o PS também registou uma descida abrupta na percentagem de votos em relação ao ato eleitoral anterior, ao perderem quase 12 pontos percentuais face a 2009. Em 2021, após avanços e recuos do partido na escolha do candidato do Porto, Tiago Barbosa Ribeiro poderá ter sido prejudicado por força dessa circunstância.

Com este resultado o PS perde vereadores, pelo menos um dos quatro, e os sociais-democratas ganham pelo menos mais um, que se juntará ao que já tinham garantido em 2017.

O socialista, que ficará os próximos quatro anos a ocupar o lugar de vereador, vê o próximo mandato como “um ponto de partida” e não como “um ponto de chegada”.

Ao Público referiu que não fará alianças com Moreira. “Só tenho uma palavra”, responde, sublinhando que o PS ocupará a posição de “alternativa democrática”.

“Daqui a quatro anos o PSD vai vencer no Porto”

Vladimiro Feliz, candidato do PSD à Câmara Municipal do Porto, acabou por ficar em terceira lugar na corrida à autarquia.

Com grande expectativa de sair vitorioso, Feliz esperou que Carlos Moedas discursasse em Lisboa para fazer as honras da casa.

A viagem ainda não terminou. Eu diria mesmo que a viagem começa hoje aqui”, começou por dizer o candidato de 47 anos, citado pelo Expresso.

Não é, obviamente, o resultado que nós ambicionávamos”, reconheceu o social-democrata, que conseguiu eleger dois vereadores (mais um do que em 2017, quando o PSD obteve o pior resultado de sempre na Invicta), mas ainda assim atrás dos três conseguidos pelo PS e dos seis conquistados por Rui Moreira.

Feliz aproveitou ainda o momento para destacar as conquistas da sua candidatura. “Crescemos em todas as Juntas de Freguesia, praticamente duplicámos o número de autarcas no Porto, vencemos e reforçámos a nossa Junta de Freguesia de Paranhos — felicito o Miguel Seabra por essa grande vitória”, realçou.

O Porto mostrou que quer mudar, não nos deram foi o tempo necessário para conseguirmos passar a nossa mensagem”, lamentou o candidato social-democrata.

O social-democrata terminou o seu discurso com uma mensagem de esperança para o futuro que se avizinha: “Não tenho dúvidas de que daqui a quatro anos o PSD vai vencer as eleições no Porto”.

ZAP //

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