Governo vai reunir esta quinta-feira para decidir quais os moldes em que avança a última fase do processo de desconfinamento. Regras só deverão entrar em vigor a partir de 1 de outubro.
Após vários meses de avanços e recuos, espera-se que o mês de outubro traga alguma normalidade de volta.
Numa altura em que quase 85% da população portuguesa já está vacinada, António Costa prepara-se para anunciar o levantamento de um conjunto de restrições que vigoraram por causa da covid-19, com efeitos a partir de 1 de outubro para evitar “confusão” com as eleições autárquicas de domingo.
De acordo com o Jornal Económico, espera-se que o Executivo anuncie um conjunto de medidas que passa pelo recuo das máscaras obrigatórias, fim dos espaços com lotação limitada ou certificados obrigatórios.
O Público noticia que no caso da restauração, o certificado eletrónico covid-19 vai deixar de ser obrigatório para ter acesso ao interior de estabelecimentos às sextas-feiras ao jantar e aos fins-de-semana.
A medida deverá estender-se igualmente a todos os estabelecimentos comerciais, espaços e espetáculos culturais e outros equipamentos. Também os eventos sociais como casamentos e batizados deixarão de ter limites de lotação.
A decisão de deixar cair a obrigatoriedade de apresentação de certificado digital covid-19 para ter acesso aos espaços de restauração às sextas-feiras ao jantar e aos fins-de-semana diz respeito a duas razões, explicou ao Público um responsável governativo: deve-se à pouca utilidade de adotar esta medida apenas neste período da semana e à incompreensão que causava na população.
No plenário de Governo será decidido se cai também, ou continua a ser necessária, a apresentação de certificado eletrónico covid-19 para entrar em hotéis.
Segundo o relatório de vacinação da Direção-Geral de Saúde, Portugal está atualmente a dois pontos percentuais de avançar para a próxima fase de desconfinamento. No final de julho, António Costa tinha anunciado que esta última fase só chegaria quando 85% da população estivesse totalmente vacinada, porém os dados da DGS apontam que 8.546.688 já completaram a vacinação – ou seja, 83% da população.
O levantamento das medidas só entraram em vigor a 1 de outubro, o que dará tempo à task force para atingir a meta estipulada.
O Conselho de Ministros desta quinta-feira que deverá introduzir um dos maiores alívios de restrições dos últimos meses, a ideia no executivo é falar-se em “momento de viragem”, ou “momento de confiança”, mas evitar-se a importação de “slogans” britânicos como “Dia da libertação”, refere o Jornal Económico.
A próxima e última fase prevê que restaurantes, cafés e pastelarias deixem de ter limite máximo de pessoas por grupo, quer no interior quer em esplanadas, estabelecimentos e equipamentos deixam também de ter limites de lotação, tal como os espetáculos culturais e eventos como casamentos e batizados.
Os bares e discotecas podem retomar a atividade habitual mediante apresentação de certificado digital covid-19 ou de um teste com resultado negativo.
Desta forma, a três dias das eleições autárquicas, que estão marcadas para dia 26, o Governo poderá devolver o “antigo normal” aos portugueses, transferindo o combate à pandemia para a esfera da responsabilidade individual.
País já começou a desconfinar
O Governo ainda não anunciou o “desconfinamento total”, mas a maior parte da população escolheu o mês de setembro para regressar à normalidade pré-pandemia.
Na primeira quinzena de setembro, entre 75% a 80% da população saiu à rua, segundo a consultora PSE (Produtos e Serviços de Estatística), especializada em ciência dos dados, que garante ao Público que a mobilidade dos portugueses está agora apenas um ponto percentual abaixo da verificada no período pré-pandémico.
Um exemplo que representa esta realidade é o facto de em setembro ter havido uma maior utilização dos transportes coletivos na Área Metropolitana de Lisboa. Foram vendidos, entre os dias 1 e 9 de setembro passados, 421.474 passes. É um número acima dos 375.926 passes vendidos no período homólogo de 2020.
No setor da saúde, os dados de dois dos principais hospitais – o de Santa Maria, em Lisboa, e de São João, no Porto, também fazem antever alguma normalidade.
“O acumulado de atividade até agosto apresenta níveis acentuadamente superiores ao ano de 2020 e até ao período pré-pandemia”, asseguram os responsáveis do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN), que engloba o Santa Maria.
Já nos restaurantes, os indicadores mais recentes do INE não permitem assumir que houve aqui um regresso à normalidade. Se compararmos julho deste ano com o último mês pré-pandémico, ou seja, fevereiro de 2020, a quebra no sector alojamento, restauração e similares é ainda superior a 30%.
Ainda assim, com a retirada da obrigatoriedade dos certificados digitais é provável que o fluxo de clientes vá aumentar na maior parte destes estabelecimentos.
“com efeitos a partir de 1 de outubro para evitar “confusão” com as eleições autárquicas de domingo.”
“As discotecas vão reabrir a 1 de Outubro – mas 70% devem ir à falência até à Primavera”
E o resto?
Até parece que afectou por sectores, como se não estivesse tudo interligado!
Enfim, coisas do anos loucos do Sec XXI