Discrepância entre o tempo de estadia do Papa na Hungria (sete horas) e na Eslováquia (três dias) está a ser vista como um sinal que o responsável da igreja Católica quer enviar às autoridades húngaras.
Numa viagem muito antecipada à Hungria, o Papa Francisco alertou para o perigo do anti-semitismo que, na opinião do pontífice, estão à espreita na Europa. Numa reunião com líderes cristãos e judeus, Francisco destacou que esta ameaça “está à espreita na Europa e em todo o lado”. “Este é um rastilho que não podemos deixar que queime. A melhor maneira para o desarmar é trabalhar em conjunto, de forma positiva, e promover a fraternidade”, explicou.
As declarações foram feitas na Hungria, a propósito de uma viagem oficial do Papa a um país que é frequentemente notícia pelas políticas homofóbicas, islamofóbicas e anti-semitas do seu Governo. Tal como relembra o Político, em 2017, o Governo de Viktor Orbán foi alvo de criticismo depois de espalhar pelo país milhares de anúncios com a cara de George Soros, ele próprio judeu, acompanhados da frase “Não deixem o Soros rir-se no final”. Na altura, Orbán recusou todas as acusações de anti-semitismo.
Outro dos temas que motiva contestação à governação do Orbán, considerado de forma consensual um populista, são as políticas que visam impedir a entrada de imigrantes e refugiados no país, questão sobre a qual a igreja e o próprio Papa Francisco têm posições muito marcadas. “O sentimento religioso tem sido a força vital desta nação, está invariavelmente ligado às suas origens. A cruz, colocada no chão, não só nos convida a termos raízes sólidas, mas também estende os braços em direção a toda a gente.” Uma declaração vista como um incentivo às autoridades húngaras para o acolhimento de refugiados.
Sobre a reunião de Francisco com Viktor Orbán, o Vaticano adiantou que esta decorreu numa “atmosfera cordial“. “Entre os vários assuntos tratados esteve o papel da igreja no país, o comprometimento com a proteção do ambiente, a proteção e a promoção da família.” Já o gabinete de Victor Orbán, por sua vez, revelou que o chefe do Governo húngaro pedir ao pontífice para “não deixar a Hungria cristã desaparecer“.
Francisco passou um total de sete horas na Hungria antes de partir para a Eslováquia, onde deverá permanecer três dias. A discrepância entre o tempo de estadia entre os dois países está a ser vista como um sinal que o responsável da igreja Católica quer enviar às autoridades governamentais do país. Aparentemente, este foi recebido. Numa das televisões pró-regime do país foi possível ouvir, segundo relata a BBC, um analista a especular sobre as intenções de Francisco. “O Papa quer humilhar a Hungria ao permanecer apenas algumas horas”, disse.
Serio? anti-semitismo na Europa? Tem mais lógica anti-islamismo. Os radicais islâmicos é que tem feito merda pela Europa