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As cascavéis têm um truque para enganar os nossos ouvidos

Um novo estudo mostra que as cascavéis desenvolveram um método inteligente para convencer os humanos de que o perigo está mais perto do que pensam.

De acordo com a emissora britânica BBC, o som da sua cauda a balançar fica mais alto à medida que a pessoa se aproxima mas, de repente, o mesmo som muda para uma frequência muito mais alta.

Num novo estudo, cientistas experimentaram mover um torso semelhante ao de um humano para mais perto de uma cascavel-diamante-ocidental (Crotalus atrox) e registar a sua resposta.

À medida que o objeto se aproximava da cobra, o barulho aumentava até cerca de 40Hz. De seguida, houve um salto repentino para uma faixa de frequência entre 60Hz e 100Hz.

Para descobrir o que esta mudança repentina significava, os investigadores realizaram uma outra experiência com participantes reais e uma cobra virtual. O aumento do barulho fez os voluntários acreditar que a “cascavel” estava muito mais perto do que na realidade.

Os cientistas descobriram que quando a mudança repentina na frequência ocorreu a uma distância de quatro metros, as pessoas acreditaram que estava muito mais perto, a cerca de um metro de distância.

Os autores do estudo, publicado a 19 de agosto na revista científica Current Biology, acreditam que esta mudança no som não é apenas um simples aviso, mas sim um intrincado sinal de comunicação entre espécies.

“A mudança repentina para o modo de alta frequência age como um sinal inteligente, enganando o ouvinte sobre a sua distância real até à fonte de som”, disse Boris Chagnaud, investigador da Universidade de Graz, na Áustria, e autor sénior do estudo.

“A má interpretação da distância pelo ouvinte cria uma margem de segurança relativamente à distância”, acrescentou.

Os investigadores acreditam que estas cobras desenvolveram esta característica para evitar serem pisadas.

“Este barulho co-evoluiu com a perceção auditiva dos mamíferos por tentativa e erro, deixando as cobras que seriam mais capazes de evitar serem pisadas”, concluiu Chagnaud.

ZAP //

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