A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa manifestou-se satisfeita, esta quarta-feira, com a intenção manifestada pelo ministro da Economia em garantir a salvaguarda dos postos de trabalho na Dielmar.
Em declarações à agência Lusa, no final de uma reunião com Pedro Siza Vieira, para analisar a situação da empresa de confeções Dielmar, Marisa Tavares disse que a intenção passa por “acelerar o processo de venda da empresa”.
“Vão acelerar o processo de venda da empresa, através do administrador da insolvência e com o apoio do Ministério da Economia. A intenção é trabalhar com os credores nesse sentido”, frisou.
Segundo a sindicalista, “com isto, há a intenção de garantir uma solução para que os trabalhadores mantenham o vínculo laboral com a empresa”, um dos principais pontos defendidos pelos trabalhadores e pelo sindicato.
Marisa Tavares mostrou-se satisfeita com a postura assumida pela tutela, que deixou ainda a garantia “de trabalhar numa solução para que os trabalhadores recebam no final de agosto, o seu salário”.
A sindicalista adiantou que esta situação dos salários pode vir a estender-se por mais tempo.
“Estamos satisfeitos com a salvaguarda dos postos de trabalho. Vamos acompanhar com cautela todo o processo. Amanhã, vamos reunir também com o administrador da insolvência. Temos que acompanhar de perto o processo e envolver nele os trabalhadores”, sustentou.
A presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa realçou ainda que a tutela não adiantou pormenores face às três manifestações de interesse na empresa de confeções de Alcains.
“Já era público o interesse, mas continuamos sem saber quem são. Aliás, parece que já há mais dois interessados na Dielmar”, sublinhou.
Para já, a sindicalista disse que estão a ser dados “pequenos passos”. “O importante está salvaguardado e vamos trabalhar no futuro”, concluiu.
Os trabalhadores da empresa manifestaram, na segunda-feira, a intenção de continuar a trabalhar a partir do dia 18, mas deixaram claro que, para isso, precisam de condições, nomeadamente, matéria-prima para as encomendas que ficaram na linha.
“Nós temos muito pouco tempo para trabalhar esta situação e no decorrer do processo da insolvência, temos que arranjar soluções para que, efetivamente, a empresa continue a laborar. Esse é o ponto principal, a empresa não deixar de laborar e continuar a ter todos os postos de trabalho salvaguardados”, afirmou Marisa Tavares.
No mesmo dia, o presidente da Câmara de Castelo Branco afirmou que existiam três contactos portugueses que manifestaram o seu interesse na empresa de confeções Dielmar, afirmando que já tinha partilhado essa informação com o Governo e o administrador da insolvência.
Fundada em 1965, em Alcains, concelho de Castelo Branco, por quatro alfaiates que uniram os seus conhecimentos, a Dielmar, que empregava atualmente mais de 300 trabalhadores, pediu a insolvência ao fim de 56 anos de atividade, uma decisão que a administração atribuiu aos efeitos da pandemia de covid-19.
// Lusa