Números revelados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística apontam para uma recuperação da economia portuguesa para os níveis pré-pandemia. Neste processo, o emprego é um dos indicadores que mais se destaca, apesar de os números esconderem algumas exceções.
Os primeiros sinais de que a recuperação económica portuguesa era um dado adquirido começaram a surgir em julho, com os dados relativos ao primeiro semestre de 2021 a evidenciarem uma retoma do emprego num período que, ainda assim, ficou marcado por um segundo confinamento e consequente encerramento de muitos estabelecimentos comerciais.
Agora, os novos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao mercado de trabalho indicam que há atualmente em Portugal mais pessoas empregadas do que no período pré-pandemia, ou seja, antes do segundo trimestre de 2020.
Segundo as informações disponibilizadas pelo INE, existiam em Portugal 4810 mil empregos no segundo trimestre de 2021 — um valor que corresponde a um acréscimo de 128,9 mil empregos face ao trimestre anterior, o primeiro de 2021, e de 200 mil empregos face ao período homólogo do ano ano anterior, entre abril e julho de 2020.
Quando comparados com os valores pré-pandemia, os dados atuais também representam um aumento de 66 mil pessoas empregadas face ao primeiro trimestre de 2020 e de 200 mil pessoas face ao ao segundo trimestre de 2019 — segundo o Público, o melhor para fazer análises por a variante da sazonalidade não ser considerada.
Apesar da tendência francamente positiva, os números escondem realidades diferentes dentro do mercado de trabalho, com desigualdades visíveis em diferentes grupos de trabalhadores e setores de atividade. Nos negócios de alojamento e restauração, por exemplo, o emprego continua a ser muito inferior ao pré-crise, com o setor do turismo a registar menos 72,9 mil empregos face ao mesmo período em 2019.
Em sentido oposto, há setores que revelam grandes aumentos de emprego, como é o caso da informação e comunicação, atividades científicas, técnicas e de consultoria, educação e saúde.
Já no que respeita ao perfil dos trabalhadores, os mais prejudicados no contexto atual são os menos qualificados e os mais jovens. No primeiro caso, há atualmente menos 108 mil empregos para “trabalhadores de serviços pessoais, segurança e vendedores” e menos 103 mil empregos para “trabalhadores não qualificados”. Contrariamente, a grande maioria do aumento dos empregos foi para “especialidades das atividades intelectuais e científicas”.
Uma justificação possível para esta diferença será a possibilidade de em determinadas funções ser mais fácil a implementação e transição do teletrabalho, ao passo que nos serviços a obrigatoriedade do contacto com o cliente impossibilita este movimento, pelo que o caminho mais fácil acaba por ser muitas vezes o despedimento.
No que toca à idade e experiência dos trabalhadores, os mais velhos tiveram mais facilidades em segurar o seu posto de trabalho, muito provavelmente porque a uni-los estava um vínculo mais estável. Nos segmentos entre os 16 e os 44 anos, o nível do emprego é ainda inferior ao pré-pandemia — com o oposto a acontecer entre as faixas etárias dos 45 e 89 anos.
No segundo trimestre de 2019, existiam em Portugal 191,5 mil jovens que não estudavam nem trabalhavam, um valor que no segundo trimestre de 2021 era ainda mais elevado, situando-se em 210,5 mil.
Relativamente aos tipos de contratos, existem agora mais 158,7 mil empregos por conta de outrem com contrato sem termo, ao passo que há menos 131 mil contratos com termo. Uma leitura rápida destes números pode levar à conclusão de que se está a apostar mais em vínculos laborais menos precários em Portugal.
No entanto, a explicação para estes números pode estar no facto de, no início da crise, a perda de emprego se ter feito sentir sobretudo na perda de empregos assentes em contratos com termo, passando quase ao lado daqueles que tinham um vínculo mais sólido. Tal como relembra o Público, medidas como o layoff simplificado serviram especialmente para proteger este último grupo, enquanto os trabalhadores mais precários foram vítimas naturais da tentativa das empresas de reduzir custos.
Os números anunciados ontem pelo INE são tão positivos que Pedro Siza Vieira os classificou como “impressionantes“, destacando que a “capacidade de criação de emprego é um sinal de vitalidade da economia”. As declarações foram feitas num vídeo que o Ministério das Finanças partilhou ontem a propósito do da publicação dos dados.
retoma “impressionante” da economia !!!
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Estes xuxalistas são uns “impressionante” pândegos !!
Não sei se querem enganar os tolos, ou a eles próprios.
Alguém sente que a Economia está em retoma ?!?
impressionante é a lata deste governo xuxalista….
Gosto da retoma “impressionante”, é cada vocabulário, quanto mais espectacular é a palavra, maior é o arrombo, é que uma palavra, nunca é dita ao acaso, e neste caso, é para #tapaolhos em vez de #abrolhos
Nos segmentos dos 16 aos 44 anos, e entre as faixas 45 aos 89 anos, isto parece anedota! mas não é pois não? como é que alguém com responsabilidade governativa consegue falar da idade 16 anos para trabalhar quando esta idade é para estudar, mas estudar mesmo na modalidade que melhor se adeque, 89 anos, é aquela idade que já não se trabalha porque não se pode, o que se pode fazer com essa idade é fazer umas assinaturas, e é só para alguns e com cuidado.
O INE foi sempre a correia de transmissão dos governos. Os números que divulga são, em certa medida, sempre antagónicos com a realidade. Cuidado com o papel deste Instituto, em termos de propaganda.
Hahahahaaa… a realidade é fod…
Agora também o INE faz propaganda!…
Sempre a bater de frente e antagónico à realidade andas tu…
Foi pena não nos “iluminares” dos teus números “reais” tirados de um Facebook qualquer…