Tiago Petinga / Lusa

Está o “caldo entornado” no âmbito do Congresso do PS. O dirigente socialista Daniel Adrião contesta a informação oficial de que a realização presencial do evento tenha sido aprovada por unanimidade e opõe-se a um “evento de massas” nesta altura de pandemia.
Daniel Adrião anunciou, em nota enviada à Lusa, que o seu representante na Comissão Organizadora do Congresso (COC) e mandatário da sua candidatura, Agostinho Gonçalves, “se opôs à marcação do Congresso Nacional nas datas de 28 e 29 de Agosto”.
De acordo com o dirigente socialista, é “um momento inapropriado à realização de um evento de massas, tendo em conta que o país enfrenta uma séria batalha contra a pandemia de covid-19, que ainda não está vencida”.
O primeiro subscritor da moção de estratégia “Democracia Plena” já tinha expressado esta posição antes.
Daniel Adrião obteve cerca de 6% dos votos nas eleições directas do secretário-geral do PS, cargo que disputou em Junho com o atual secretário-geral, António Costa, que foi eleito pela quarta vez com 94%.
Na terça-feira, o gabinete de imprensa do PS divulgou um comunicado em que informava que a realização da reunião magna socialista em modo presencial, na Portimão Arena, tinha sido aprovada por unanimidade pela COC.
A justificação apresentada para a mudança na forma como o congresso socialista se vai processar foi justificada com a ideia de que “o contexto pandémico em Portugal já permite reunir as condições sanitárias indispensáveis para o efeito”.
Nessa nota, apontava-se para a vacinação contra a covid-19 de 70% da população com pelo menos uma dose e com a previsão de que, até ao final de Agosto, 70% da população já terá completado a vacinação.
“Acresce o facto de as regras estipuladas pela DGS permitirem já o regresso de público a grandes eventos”, acrescentava o comunicado.
O partido reiterava ainda que o congresso se realizará “com o distanciamento físico adequado entre os delegados, respeitando as regras das autoridades de saúde e com o acesso condicionado à apresentação do certificado de vacinação ou teste realizado à entrada”.
Está ainda prevista a participação à distância e o partido garante, por meios digitais, “o direito à credenciação, ao pedido de palavra e à participação nas votações”.
Na segunda-feira, o presidente do partido, Carlos César, lembrava que o congresso “já devia ter ocorrido em Maio de 2021”, mas que a “data foi sendo sucessivamente adiada” devido à pandemia.
César vincou ainda que “o número de delegados presentes não chegará a metade da capacidade do espaço, com o distanciamento físico adequado dos delegados e com o acesso condicionado ao certificado de vacinação ou teste realizado à entrada do edifício”.
ZAP // Lusa