Franceses chegaram a muitas finais de modalidades coletivas – e não eram favoritos em todas. Italianos surpreenderam no atletismo.
Ver França e Itália no top-10 da tabela oficial de medalhas dos Jogos Olímpicos já era suficiente para incluir França e Itália nos melhores de Tóquio 2020. Mas, cada um no seu contexto, França e Itália foram “potências” nesta edição.
A França foi finalista, ou mesmo vencedora, da maioria dos torneios de modalidades coletivas de pavilhão. E nem sempre era candidata às medalhas.
Proezas francesas
Mas comecemos pelo mais expectável: o andebol. No torneio masculino os franceses eram, ao lado dos dinamarqueses, os favoritos à medalha de ouro; a final envolveu precisamente França e Dinamarca e foi a França a levar a melhor. No torneio feminino a França, talvez ao lado da Noruega, era também a grande candidata e venceu igualmente a medalha de ouro – embora a final tenha sido contra o Comité Olímpico da Rússia.
No basquetebol masculino, colocava-se a França como uma das melhores seleções em Tóquio. Mas provavelmente poucos adivinhariam que a França iria à final e que seria a única seleção a vencer os Estados Unidos da América (ainda na fase de grupos). Na final, os EUA ganharam. No torneio feminino, onde possivelmente a França também não estava no pódio das favoritas, nova subida francesa ao pódio real, para ficar com a medalha de bronze.
E aqui saímos temporariamente das modalidades do pavilhão para mencionar o basquetebol 3×3, torneio feminino. Aí a França esteve muito perto de chegar à final (e às medalhas) mas uma decisão “esquisita” da equipa de arbitragem, na meia-final com os Estados Unidos da América, afastou as francesas da final. Na disputa pelo bronze, a China venceu a França.
Depois, aparece o caso interessante do voleibol masculino. Bernardo Rezende foi contratado pela federação francesa. O famoso e titulado treinador brasileiro foi escolhido para ser o selecionador masculino de França depois destes Jogos Olímpicos em Tóquio. Objetivo: em Paris 2024, em casa, a França chegar ao sonho de ser campeã olímpica (aliás, chegar a um pódio olímpico, algo que nunca tinha acontecido). Resultado em Tóquio: campeões olímpicos, com o selecionador atual. Laurent Tillie conduziu os seus compatriotas à vitória na final, diante do Comité Olímpico da Rússia.
Ou seja: medalha de ouro no andebol masculino, no andebol feminino e no voleibol masculino; prata no basquetebol masculino e bronze no basquetebol feminino. Entre seis torneios das principais modalidades coletivas de pavilhão, a França subiu ao pódio em cinco delas.
Itália quase igual aos EUA no atletismo
Este subtítulo, escrito antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, seria um absurdo. Quase ninguém, ou mesmo ninguém, imaginava que a Itália iria ficar no segundo lugar na lista de países com mais medalhas de ouro no atletismo. Mas ficou. Só os EUA superaram os italianos.
A grande proeza do lado italiano surgiu no dia 1 de agosto: Gianmarco Tamberi (e Mutaz Essa Barshim) foi campeão olímpico no salto em altura e, 15 minutos depois, Marcell Jacobs surpreendeu o mundo e venceu a final dos 100 metros.
“O dia mais bonito da história do desporto italiano” – foi esta a descrição de Giovanni Malagò, presidente do Comité Olímpico de Itália.
Nova surpresa surgiu na final masculina dos 4×100 metros: Lorenzo Patta, Marcell Jacobs, Fostine Desalu e Filippo Tortu venceram. Mais uma medalha de ouro para a Itália no atletismo, juntando às de Massimo Stano e de Antonella Palmisano (ambas nos 20km marcha).
A Itália, no global, ouviu o seu hino 10 vezes em Tóquio e metade aconteceu no atletismo: cinco medalhas de ouro (as únicas no atletismo, já que não ficou com qualquer prata ou bronze). Os EUA venceram sete provas.