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A primeira banda de rock de Gaza quer dar voz à dor causada pela guerra

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A primeira banda de rock formada em Gaza, na Palestina, quer dar voz à dor causada pelo conflito com Israel.

Um contabilista, dois advogados, um agrónomo e um funcionário humanitário suíço. Segundo a agência Reuters, são estes os membros da primeira banda de rock formada em Gaza, na Palestina.

Este grupo improvável juntou-se há mais de dois anos para criar a banda Osprey V e, desde então, tem publicado a sua música na Internet, mas decidiu manter sempre algum mistério (as suas caras, por exemplo, nunca apareciam).

Agora, conta a agência noticiosa, a banda está pronta para dar o salto e mostrar-se ao mundo, com canções cheias de emoção e que dão voz à dor causada pelo longo e interminável conflito israelo-palestiniano.

Em abril, por exemplo, um mês antes dos 11 dias de confrontos que mataram mais de 200 pessoas, o grupo apresentou-se no concerto online “Live for Gaza”, que tinha como objetivo angariar fundos para músicos dos territórios palestinianos. Roger Waters, um dos fundadores da banda Pink Floyd e conhecido ativista pela libertação da Palestina, também foi um dos convidados.

Em declarações à Reuters, o compositor da banda, Moamin El-Jaru, explicou que pretendem transmitir tanto uma mensagem universal como exclusiva desde Gaza.

“Tento falar de situações ou problemas que todas as pessoas enfrentam no mundo, mas como vim de um lugar que foi amaldiçoado por tantas guerras e conflitos, tento dizê-lo através da minha perspetiva, do meu lugar em Gaza”, disse El-Jaru, advogado de profissão.

Exemplo disso é a música Home, na qual a banda canta: “Vamos gritar a nossa dor – Conseguem ouvir o chamamento?”.

O vocalista Raji El-Jaru, contabilista e primo de Moamin, foi a força motriz por detrás da formação da banda, considerando mesmo que é a realização de um sonho de infância.

Num dos ensaios, o cantor disse à Reuters que a banda canta em Inglês “para que todos entendam e sejam tocados pela sua mensagem”, que descreveu como um “grito de raiva contra a injustiça“.

Desde a Suíça, o baterista Thomas Kocherhans contou que se juntou à banda há três anos, quando fazia trabalho humanitário em Gaza.

“Quando os ouvi pela primeira vez, fiquei realmente chocado, mas no bom sentido. Nunca pensei que existisse música desta qualidade em Gaza”, disse o suíço, que teve de deixar a cidade palestiniana no início do ano devido ao fim da sua missão humanitária.

Apesar da aparente falta de interesse pela música ocidental em Gaza, a banda, que tem o nome de uma ave de rapina, tem grandes esperanças para o futuro. “Adorava tornar-me a versão palestiniana dos Metallica ou dos Pink Floyd“, disse Raji El-Jaru.

Controlada pelo Hamas desde 2007, a Faixa de Gaza é um enclave palestiniano sob bloqueio israelita há mais de uma década e onde vivem cerca de dois milhões de pessoas.

ZAP //

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2 Comments

  1. Aproveitem para sensibilizar os palestinianos aprenderem a respeitar e reconhecer os vizinhos, poderá acontecer que dessa forma se chegue a um clima de boa vizinhança e paz!

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