As médias nos exames nacionais desceram a 20 disciplinas, num ano em que o grau de dificuldade das provas aumentou ligeiramente. Português manteve-se igual — média de 12 valores — e só Física e Química ficou abaixo dos 10, com uma queda de mais de três valores.
De acordo com os dados do Júri Nacional de Exames, divulgados esta segunda-feira pelo Ministério da Educação, as notas médias nos exames nacionais do 12.º ano desceram em quase todas as disciplinas.
Depois de terem subido no ano anterior, em que foram introduzidas regras excecionais que beneficiaram os alunos, devido à pandemia da covid-19, as notas desceram em 20 disciplinas.
Nas quatro principais — Português, Matemática A, Física e Química e Biologia e Geologia —, só Português, com 34.318 provas realizadas, manteve a média de 12 valores registada no ano anterior.
Física e Química, por outro lado, foi aquela em que os estudantes demonstraram mais dificuldades, comparativamente ao ano anterior, e os resultados médios pioraram em mais de três valores, passando de uma média de 13,2 valores para 9,8 valores, a única abaixo dos 10 valores.
Com uma descida menos acentuada, na prova de Biologia e Geologia, a mais realizada este ano e importante para os alunos que querem entrar em Medicina, a classificação média também piorou, fixando-se nos 12 valores, quando no ano anterior se tinha alcançado os 14 valores.
Na prova de Matemática A, outra das mais importantes, a média passou dos 11,5 em 2020 para os 10,6 — uma queda de 2,7 valores.
Entre as disciplinas com um número de alunos superior a 2.500, as únicas subidas foram nas disciplinas de Geometria Descritiva A (12,4) e Matemática Aplicada às Ciências Sociais (10,7), em que a classificação média aumentou 1,2 valores em ambas.
A média mais elevada entre as disciplinas mais concorridas foi registada em Inglês (14,9 valores), Desenho A com 13,8 e História A com 12,9 — com uma queda de 0,5.
Entre a totalidade das provas, Mandarim (iniciação) volta a liderar com os sete alunos que realizaram a prova a conseguirem uma classificação média em exame de 16,7 valores.
Já a média de Latim, com apenas 10 provas realizadas, subiu dos 11,8 valores em 2020 para os 13,6 valores — a maior subida do ano, escreve o Observador.
A Filosofia, o descrécimo na média é inferior a 1 valor, passando de 13 para 12,2, e o de Geografia A foi de 2,9 valores, passando de 13,6 para 10,7.
Exames nacionais realizados são provas de ingresso
Num comunicado também divulgado esta segunda-feira, o Júri Nacional de Exames sublinha que este ano os alunos realizaram os exames finais nacionais que elegeram como provas de ingresso e, também, para melhoria da classificação final de disciplina apenas para efeitos de acesso ao ensino superior, justificando assim que quase todas as provas tenham tido média acima dos 10 valores.
No entanto, se no ano passado os alunos foram beneficiados pelas regras excecionais introduzidas devido à pandemia da covid-19, e cuja principal novidade foi a existência de um grupo de questões opcionais em que era contabilizada a melhor resposta, este ano o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) trocou o peso da balança e houve mais perguntas de resposta obrigatória, aumentando ligeiramente o grau de dificuldade.
Este ano os exames realizaram-se em 647 escolas de todo o território nacional e nas escolas no estrangeiro com currículo português, com 248.136 inscrições na primeira fase dos exames nacionais (menos 9.194 em relação a 2020) e 204.368 provas realizadas (menos 23.594).
“No processo de classificação das provas estiveram envolvidos 9.010 docentes do ensino secundário, cujo trabalho permitiu o cumprimento dos prazos previstos para a afixação das pautas”, acrescenta o comunicado, referindo ainda que na totalidade das provas estiveram envolvidos cerca de 10 mil docentes vigilantes pertencentes aos secretariados de exames das escolas.
Este ano, na 1.ª fase dos exames nacionais estavam inscritos 151.863 alunos para realizar 248.136 provas, um valor inferior ao dos anos anteriores, devido às regras da pandemia, com quase 60% a participar exclusivamente com o objetivo de concorrer ao ensino superior.
Sofia Teixeira Santos, ZAP // Lusa