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Sarcófago visigodo com 1.500 anos descoberto em necrópole romana

Uma equipa de arqueólogos da Universidade de Múrcia, em Espanha, encontrou um sarcófago no local da necrópole romana em Los Villaricos, localizada cinco quilómetros a leste da cidade de Mula.

Durante o período romano, Los Villaricos era uma região agrícola em grande escala, com foco na produção e armazenamento de azeite. Nos anos seguintes, a área do pátio central foi usada para uma necrópole, conhecida como “necrópole ad sanctos“.

Os enterros ad sanctos referem-se ao costume medieval de enterrar os mortos perto dos túmulos de santos e outros locais sagrados, na crença de que as suas almas obteriam benefícios espirituais.

Embora os intelectuais da igreja questionassem a eficácia deste costume, estas práticas prevaleceram ao longo da era medieval, lê-se na Encyclopedia of Medieval Pilgrimage.

Segundo o Ancient-Origins, acredita-se que o sarcófago data do século VI d.C., período em que vagas de tribos germânicas invadiram os antigos territórios romanos, entre elas os visigodos.

Rafael González Fernández, professor de História Antiga da Universidade de Múrcia descreveu a descoberta como “espetacular e inesperada, o que corrobora estudos anteriores sobre a cronologia da necrópole”.

O sarcófago, de dois metros de comprimento, foi desenterrado próximo de uma igreja cristã construída depois de os romanos abandonarem e foi decorado com um padrão geométrico em espiral e desenhos de folhas de hera, avança o site Murcia Today.

Após a queda do Império Romano no Ocidente, os visigodos tiveram um papel importante na Europa nos 250 anos que se seguiram, particularmente na Península Ibérica, onde substituíram o domínio romano na Hispânia, reinando de 418 até 711, data da invasão muçulmana.

Com a chegada dos visigodos, muitas estruturas romanas foram abandonadas ou reaproveitadas. O mesmo aconteceu em Los Villaricos, com a construção de uma igreja entre o século V e VII.

Daniel Costa, ZAP //

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