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Ciclista ganha no Tour e critica…a polícia

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Matej Mohorič venceu a etapa desta sexta-feira na Volta a França e lembrou o controlo antidoping surpresa ao qual a sua equipa foi sujeita: “Senti-me como um criminoso”.

A Eslovénia continua em grande na Volta a França em bicicleta. Já os dois primeiros classificados da edição de 2020 – Tadej Pogačar e Primož Roglič – são eslovenos; desta vez Roglič já não está mas Pogačar já venceu três etapas, lidera a classificação geral e tem quase seis minutos de vantagem para o adversário mais próximo (Jonas Vingegaard), quando faltam apenas duas etapas.

E ainda há outro esloveno em destaque: Matej Mohorič está fora do top-30 na luta pela camisola amarela mas já venceu duas etapas. Tinha sido o primeiro a chegar à meta na sétima etapa e, nesta sexta-feira, também foi o vencedor da 19.ª etapa, que ligou Mourenx a Libourne.

Mohorič chegou isolado e, nos últimos metros, teve tempo e espaço para fazer gestos, apontando para o nome da equipa na sua camisola e depois fez o gesto de mandar calar.

Depois da etapa, na entrevista rápida, o jornalista da France Télévisions perguntou-lhe no que pensou durante o último quilómetro, quando percebeu que ia ganhar. O ciclista da equipa Bahrain Victorious explicou os gestos, recordando um controlo antidoping surpresa ao qual a sua equipa foi sujeita, na quarta-feira à noite.

A polícia francesa apareceu no autocarro da equipa e nos quartos onde os ciclistas e outros elementos estavam hospedados, para realizar buscar, porque há suspeitas de utilização de substâncias proibidas. A polícia pediu também para ver os registos de treino dos atletas.

“Estive a pensar especialmente no que aconteceu há dois dias, na noite em que me senti como um criminoso, quando vi todos aqueles polícias a entrar. Por um lado, acho que isto é bom: significa que todo o pelotão está a ser controlado, todas as equipas estão a ser controladas. Claro que, no nosso caso, não encontraram nada porque não temos nada a esconder”, começou por dizer o campeão nacional de estrada.

“Por outro lado, fiquei desapontado com o processo. Não é a coisa mais bonita do mundo ver a polícia a entrar no teu quarto e começar a vasculhar tudo. Mesmo que não tenhas nada a esconder, parece sempre um pouco estranho quando eles vêm as tuas fotografias pessoais, fotografias de família, verificam o teu telemóvel, as tuas mensagens… Nunca me tinha acontecido”, confessou Mohorič.

O ciclista disse ainda que, como não tinha nada a esconder, não se preocupa muito por causa de outras pessoas estarem a mexer nas suas coisas. “Por isso, no final de contas está tudo bem. Espero eu”, finalizou.

Nuno Teixeira, ZAP //

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1 Comment

  1. vêm as tuas fotografias pessoais, fotografias de família, verificam o teu telemóvel, as tuas mensagens… Nunca me tinha acontecido”, confessou Mohorič.

    E aos poucos, sobre os pretextos de saúde ou outros, os direitos e as liberdades vão-se perdendo, cada vez mais evidente e curiosamente com o apoio de muitos que acham que nada tem a perder … até ser tarde demais!

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