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Hannah só queria uma tatuagem. Mas a sua pele era “demasiado escura”

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Hannah Place tinha 19 anos quando viajou até Londres para tatuar o corpo pela primeira vez. Depois de ter escolhido um estúdio reputado, foi-lhe recusada a tatuagem com base no facto de a sua pele ser “demasiado escura”.

O episódio infeliz motivou-a a tornar-se tatuadora, para que pudesse tatuar-se a si própria. A jovem adotou o nome Ogechi e, hoje, usa a sua arte para combater o racismo.

Segundo a Vice, as tatuagens remontam, pelo menos, ao antigo Egito, mas as origens modernas provêm de culturas indígenas. Os Samoanos, um povo indígena das Ilhas de Samoa, utilizam a tatuagem não como uma forma de arte estética, mas como um símbolo de estatuto, poder, liderança e honra, por exemplo.

Ogechi explicou que a cultura ocidental tem privilegiado “um aspeto gótico que requer uma pele muito branca e tinta preta“.

A pele preta e castanha não é impossível de tatuar, mas existe uma falta de entendimento dentro desta indústria sobre como fazê-lo.

Não recebi formação em diferentes tons de pele”, confessou à Vice o artista Minkx Doll. “Há esta ideia de que a pele branca é o padrão e a pele preta e castanha é uma área temática especializada – muito parecida com a abordagem ao cabelo e à beleza.”

Nish Rowe, uma tatuadora de Manchester, concorda e sugere que os artistas devem empenhar-se em tornar esta forma de arte mais inclusiva.

 

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À sua maneira, estes três artistas estão a tentar combater o racismo. Rowe, por exemplo, usa a sua plataforma e redes sociais para encorajar outros artistas a abordar este tema tão premente.

O meu trabalho celebra simplesmente a pele negra. Também comenta a luta da diáspora negra. O meu trabalho é uma extensão de mim, uma mulher negra.”

Liliana Malainho, ZAP //

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