Julgamento de Ricardo Salgado volta a ser adiado a pedido da sua defesa e do MP

O julgamento ao ex-patrão do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado no âmbito da Operação Marquês, foi adiado para 6 de julho.

Segundo o Correio da Manhã, o julgamento foi adiado, pela segunda vez, depois do Ministério Público dizer que precisa de mais tempo para analisar a contestação que tem 190 páginas e arrola 40 testemunhas.

A defesa de Salgado também pediu no início da sessão desta segunda-feira, o adiamento do julgamento sendo que o arguido não compareceu alegando que tem mais de 70 anos e devido à pandemia da covid-19 tem o direito a não ir a tribunal.

A defesa alega ainda que o arguido tem direito a assistir aos testemunhos, justificando assim o pedido de adiamento do julgamento. Contudo, o juiz recusou este pedido.

O ex-banqueiro Ricardo Salgado, de 76 anos, deverá ser julgado por três crimes de abuso de confiança, devido a transferências de mais de 10 milhões de euros, no âmbito do processo Operação Marquês.

O início do julgamento esteve previsto para 7 de junho, mas foi adiado para hoje devido ao prazo para a defesa apresentar a contestação. Agora, volta a ser adiado pela segunda vez.

Hoje iam ser ouvidos os depoimentos de Michel Canals, Amílcar Morais Pires, José Maria Ricciardi e Machado da Cruz, que também foi acusado no processo da derrocada do BES.

No âmbito da Operação Marquês, que tem como principal arguido o antigo primeiro-ministro José Sócrates, Ricardo Salgado foi acusado de 21 crimes, entre corrupção ativa (num dos casos por alegadamente ter corrompido Sócrates), branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.

O juiz de instrução Ivo Rosa decidiu pronunciar Ricardo Salgado unicamente por três crimes de abuso de confiança, em processo conexo e separado da Operação Marquês.