O jogador dinamarquês, vítima de um súbito problema cardíaco este sábado, durante o jogo com a Finlândia, mantém-se hospitalizado num estado estável, revelou a Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU).
“Esta manhã, falámos com Christian Eriksen, que enviou cumprimentos aos seus companheiros. A sua condição é estável, mas vai continuar hospitalizado para fazer mais exames”, indicou a DBU no Twitter.
“A equipa e o staff da seleção nacional receberam assistência e vão continuar a apoiar-se uns aos outros depois do incidente deste sábado. Gostaríamos de agradecer a todos pelas mensagens de apoio ao Christian Eriksen, desde fãs, jogadores, as Famílias Reais da Dinamarca e de Inglaterra, associações internacionais, clubes, entre outros”, pode ler-se.
“Encorajamos que essas mensagens sejam enviadas para a Federação, onde iremos garantir que serão transmitidas a Christian e à sua família”, acrescenta a nota.
Na sequência do problema sofrido por Eriksen no sábado, os trabalhos da seleção dinamarquesa sofreram alterações, tendo sido anulada uma conferência de imprensa que estava prevista para esta manhã, enquanto o treino foi adiado, segundo revelou um canal de televisão dinamarquês.
O encontro entre Dinamarca e Finlândia, da primeira jornada do Grupo B, foi interrompido ao minuto 43, depois de o médio ter caído inanimado do relvado.
O jogador do Inter Milão, de 29 anos, recebeu assistência médica no campo, tendo sido efetuadas tentativas de reanimação. Depois, o futebolista recuperou a consciência e foi transportado para o hospital.
O jogo, depois de interrompido pelo árbitro inglês Anthony Taylor, foi retomado mais tarde, após os jogadores dinamarqueses terem conseguido falar com o seu companheiro. A Finlândia acabou por vencer o encontro por 1-0.
O técnico da seleção dinamarquesa, Kasper Hjulmand, realçou que este incidente foi uma “experiência traumática”, que afetou emocionalmente os seus jogadores.
“Os jogadores quebraram, foi uma experiência traumática”, afirmou na conferência de imprensa o selecionador, de 49 anos, salientando que foi uma noite “muito difícil” e recordando que “o mais importante na vida são os relacionamentos, as pessoas próximas, a família e os amigos”.
Hjulmand explicou ainda que a UEFA deu duas opções, depois de o jogo ter ficado suspenso: retomar o jogo no mesmo dia, aos 43 minutos, ou jogar o resto este domingo ao meio-dia.
O selecionador disse ainda que foram os jogadores, depois de terem a certeza de que Eriksen estava bem, que escolheram a primeira opção, porque não se consideravam capazes de esperar pelo dia seguinte e preferiram “passar por um mau bocado o mais cedo possível”.
“É claro que não é possível jogar com estes sentimentos. É incrível que os jogadores tenham jogado no segundo tempo e fossem a melhor equipa. Não é possível jogar um jogo deste nível depois de ver um dos melhores amigos a lutar pela vida”, disse.
Hjulmand, visivelmente emocionado, sublinhou que não pode elogiar a sua equipa “o suficiente” e que está “muito orgulhoso” pela forma como os seus jogadores “cuidam uns dos outros” e ousaram mostrar os seus sentimentos.
“Foi uma noite difícil, todos os nossos pensamentos estão com ele e a sua família. Christian é um dos melhores jogadores do mundo, mas ele ainda é melhor como pessoa“, destacou, numa conferência de imprensa em que nenhum jogador dinamarquês compareceu.
O treinador dinamarquês revelou ainda que alguns jogadores não se sentiam fortes o suficiente para jogar e que lhes deu liberdade de escolha. Segundo adiantou, no final do jogo, todos queriam conversar com as suas famílias.
O capitão Simon Kjaer, que foi substituído aos 63 minutos, foi um dos mais afetados, reconheceu o treinador: “Ficou muito afetado, não podia continuar. Eu entendo-o perfeitamente. São muito bons amigos”.
ZAP // Lusa
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