A China acusou hoje os Estados Unidos e a Austrália de estarem a “mostrar os músculos” com exercícios navais no Mar do Sul da China, uma via comercial estratégica que Pequim reclama quase na totalidade.
A 7.ª Frota da Marinha dos EUA disse que o destruidor de mísseis guiados USS Curtis Wilbur e a fragata da Marinha Real Australiana HMAS Ballarat concluíram uma semana de operações conjuntas no Mar do Sul da China.
Isto incluiu exercícios de manobra, em conjunto com navios de reabastecimento, operações com helicópteros e exercícios de artilharia com fogo real.
“Os navios aprimoraram as suas habilidades avançadas num ambiente conjunto, ao mesmo tempo que reforçaram a normalidade das operações de rotina em toda a região, de acordo com o direito internacional”, lê-se no comunicado.
Em conferência de imprensa, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, disse que os dois países deveriam “realizar operações que conduzam à paz e estabilidade regionais, em vez de mostrarem os músculos”.
Os países vizinhos da China rejeitam a reivindicação de Pequim sobre praticamente todo o Mar do Sul da China, um via comercial estratégica, por onde passam quase cinco biliões de dólares em bens todos os anos.
A Austrália juntou-se às críticas sobre a presença crescente da China naquele território marítimo, sobretudo através da construção de ilhas artificiais militarizadas, construídas sobre recifes de coral no disputado arquipélago das ilhas Spratly.
Taiwan, Filipinas, Brunei, Malásia e Vietname também têm reivindicações que se sobrepõem às da China.
A China, por sua vez, considera a presença naval dos EUA no Sudeste Asiático a maior ameaça à segurança regional, particularmente a sua insistência em navegar perto de territórios sob controle chinês.
Pequim recebeu esta semana os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse que a China continua comprometida em assinar um código de conduta há muito paralisado sobre as atividades no Mar do Sul da China visando evitar conflitos.
// Lusa