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Três favoritos e dois anfitriões. Portugal no “Grupo da Morte” do Euro

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Mário Cruz / Lusa

Os campeões mundiais franceses, reforçados com Karim Benzema, vão enfrentar dois gigantes europeus, a Alemanha e Portugal, de Cristiano Ronaldo, num impressionante Grupo F que inclui também a Hungria, um dos onze países que recebem jogos do Euro2020.

Um ano depois do previsto, devido à pandemia de covid-19, as seleções da Itália e da Turquia dão esta sexta-feira o pontapé de saída para o Euro2020 de futebol, em Roma, num torneio em que Portugal defende o título de campeão conquistado há cinco anos em Paris.

Mas não vai ser fácil para a seleção portuguesa revalidar o título europeu. Antes de mais, tem de sobreviver ao grupo da Morte da competição, onde defronta a anfitriã Hungria, a poderosa Alemanha, que também joga em casa, e a França, considerada principal favorita a erguer o troféu.

Os Bleus, atuais campeões do mundo, sonham conquistar uma dobradinha com uma geração fenomenal, liderada por Paul Pogba, Antoine Griezmann e Kylian Mbappé,  que alcançaria o mesmo estatuto de Zinédine Zidane, Laurent Blanc e Didier Deschamps, atual treinador da seleção, que conquistou o Euro de 2000 após o Mundial de 1998.

A seleção bicampeã terá três jogadores em grande forma: o meio-campista do Chelsea N’Golo Kanté, cujo nome começa a ser considerado como candidato à Bola de Ouro após a atuação na final Liga dos Campeões pelo clube inglês, e os atacantes Kylian Mbappé e Karim Benzema, protagonista de um inesperado retorno.

Dispensado da seleção há mais de cinco anos devido ao caso da sextape de que o seu companheiro de equipa Mathieu Valbuena foi vítima, no qual Benzema ainda vai ser julgado por cumplicidade em tentativa de chantagem, o atacante do Real Madrid voltou sorridente, após uma surpreendente reconciliação com Deschamps.

Este regresso permite à equipa francesa criar um triângulo atacante de ouro, composto por Benzema, Mbappé e Griezmann, o que faz com que para muitos os Bleus sejam os favoritos do torneio.

Esta situação “pode ser perigosa, mas somos suficientemente profissionais para saber que os jogos serão muito difíceis”, disse o médio Thomas Lemar, que recentemente se tornou campeão na Liga Espanhola pelo Atlético de Madrid.

Adrien Rabiot, companheiro de Cristiano Ronaldo na Juventus, sabe que a seleção portuguesa, atual campeã europeia, será o outro “monstro a abater” do Grupo F.

“Já conversei sobre isso com o Cristiano. Ele disse que tínhamos uma equipa muito sólida, mas também me disse ‘cuidado connosco!’. É um duelo, no dia 23 de junho, que ele aguarda com impaciência”, afirmou o médio francês.

À procura do recorde absoluto de golos por seleções, atualmente na posse do iraniano Ali Daei, que marcou 109, está Cristiano Ronaldo, à frente de uma equipa que conta com o talento, entre outros, de Bruno Fernandes, João Félix, ou Bernardo Silva. E o CR7 parece pronto a soltar-se, tendo marcado o seu 104º golo na vitória por 4-0 frente a Israel.

Na memória de todos está a final do Euro 2016, em que Ronaldo teve de abandonar o jogo devido a uma lesão após menos de meia hora em campo. Mas a equipa portuguesa venceu mesmo a sua primeira competição internacional de seleções, justamente contra a França, com o famoso golo de Éder a 10 minutos do fim do prolongamento.

Apesar de parecer afastada dos favoritos, outro dos gigantes do Grupo F é a Alemanha, uma das seleções mais fortes da prova. A equipa alemã venceu quatro vezes o Mundial em oito finais disputadas na prova, o que a coloca atrás apenas do pentacampeão Brasil, e venceu o Euro por três vezes — em 1972, 1980 e 1996.

Mas a Alemanha tem equipa para fazer o papel de desmancha-prazeres, até porque joga em casa contra a França (dia 15) e contra Portugal, no dia 18. Os jogos vão ter lugar na mítica Allianz Arena, em Munique, um estádio que Manuel Neuer, Leon Goretzka, Joshua Kimmich, Leroy Sané e, claro, Thomas Müller, conhecem muito bem.

Naquela que é a última prova disputada sob orientação de Joachim Löw, a Mannschaft parece longe do nível que alcançou quando conquistou Mundial de 2014 — bons tempos que o próprio treinador parece tentar reviver, ao convocar os veteranos Müller e Mats Hummels após dois anos e meio de ausência da seleção.

O desafio dos alemães no início será também, portanto, sobreviver ao “grupo da morte”, onde o “patinho feio” é a seleção da Hungria. Mas este é um patinho feio com a vantagem da presença dos seus adeptos, na Puskas Arena em Budapeste, onde os 68.000 lugares disponíveis estarão 100% ocupados.

E, como se sabe, o destino dos patinhos feios é, por vezes, tornarem-se cisnes.

AJB, ZAP // AFP

 


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