Cortesia / UMinho

Este grupo de vermes segmentados – que inclui as minhocas utilizadas na pesca com linha – foi encontrado em quatro locais. Açores incluído.
São 13 novas espécies de “minhocas marinhas”. Ou então são 13 novas espécies de anelídeos marinhos.
A revelação surge numa investigação internacional (com cientistas do Brasil, Espanha, Grécia, Itália, Noruega, Portugal e Suécia), mas coordenada pelo Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da Universidade do Minho.
Este grupo de vermes segmentados – que inclui as minhocas utilizadas na pesca com linha – foi encontrado em quatro locais: Nordeste Atlântico, Mar Mediterrâneo, Açores e Canárias.
Os cientistas exploraram o género de anelídeo Perinereis, através de ferramentas avançadas de taxonomia integrativa, incluindo dados de sequenciação do ADN e o exame minucioso da morfologia.
Foram descobertas 19 linhagens moleculares, das quais se descreveram 13 espécies novas para a ciência e cujos nomes têm diferentes inspirações.
Quatro das novas espécies receberam nomes de personagens de videojogos populares (Malenia e Miquella, de “Elden Ring”; Nier e 2B, de “Nier Replicant” e “Nier Automata”).
Outras quatro evocam biólogos taxonomistas de vermes aquáticos (Luigi Musco, Alberto Castelli, Sarah Faulwetter e Céline Houbin).
Há ainda quatro espécies batizadas com base no folclore mitológico das regiões em que apareceram (Tibicena, das Canárias; Jupiter, Juno e Minerva, de Itália).
A última é uma referência ao único local onde foi detetada até ao momento (Porto Cesareo, Itália).
São espécies muito semelhantes e só as sequências de ADN permitiram detetá-las.
Os resultados confirmam a existência de muita diversidade desconhecida nos ecossistemas costeiros europeus e a importância da deteção por DNA barcoding (ou código de barras de ADN) para a conservação da biodiversidade.
Segundo os cientistas, os organismos agora identificados são essenciais para a saúde dos oceanos, sendo responsáveis pela reciclagem de nutrientes e pela estabilização de sedimentos marinhos. Servem de alimento a várias espécies de peixe e crustáceos, para além de serem utilizados como “isco vivo” para a pesca com linha.