/

Almirantes lançam-se a Cabrita e criticam marinha “amadora” da GNR

11

Mário Cruz / Lusa

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita

Os sete ex-chefes do Estado-Maior da Armada criticam o Ministério da Administração Interna pela compra da megalancha ‘Bojador’ para a GNR e a cria­ção de uma guarda costeira que se sobrepõe às missões da Armada.

No dia 7 de maio, Eduardo Cabrita inaugurou o ‘Bojador’, a nova megalancha da GNR, visto pelo ministro da Administração Interna como “um reforço decisivo no seu papel como Guarda Costeira”. Na cerimónia, não havia qualquer representante do Estado-Maior da Armada ou do Comando Naval da Marinha, que se mostram descontentes quanto ao reforço do papel da GNR como autoridade marítima.

Agora, numa carta assinada por todos os sete ex-chefes do Estado-Maior da Armada (CEMA), é criticada a compra da megalancha ‘Bojador’ para a GNR, “sem sequer procurar compatibilizar requisitos com a Marinha”, e a cria­ção de uma guarda costeira que se sobrepõe às missões da Armada.

Os signatários, citados pelo Expresso, consideram que esta é uma entidade “sem vocação”, classificada como “amadora” por “falta de experiência de vida no mar”.

“A GNR não terá outras prioridades mais atinentes à sua vocação e imprescindível serviço, em vez de alargar a sua ambição ao mar, onde não tem experiência nem o conhecimento de 700 anos da Marinha? Alguém estudou o assunto?“, questionam os almirantes.

“Enquanto a Marinha definha, continuando a aguardar pelos meios que lhe permitam cumprir melhor a sua missão, assiste-se à tomada de decisões de pendor corporativo que não têm em conta o superior interesse nacional“, lê-se ainda no documento enviado para o poder político.

O ex-líder do CDS, Adriano Moreira, é um dos signatários da carta que alerta contra a “deriva” marítima da GNR, da responsabilidade do ministério da Administração Interna.

“Foi sem surpresa, mas com indignação, que numa situação de gravíssima crise social, económica e financeira em que a Marinha tem vindo a sofrer, em paralelo com a sociedade, reduções nunca vistas nos recursos financeiros, humanos e materiais disponibilizados, a UCC alarga o seu modelo de atuação ao alto mar, contratando em menos de um ano, no estrangeiro, a construção de um navio por mais de oito milhões de euros sem sequer procurar compatibilizar requisitos operacionais com a Marinha”, escrevem os almirantes, citados pelo DN.

A compra do ‘Bojador’ exacerbou os problemas já existentes entre o poder político e a Marinha, numa conjuntura em que o seu orçamento decresceu cerca de 31% nos últimos dez anos.

Daniel Costa, ZAP //

11 Comments

  1. Estamos muito mal. Isto é um sinal das más governações, os partidos e suas organizações querem controlar tudo e todos escondendo-se assim por detrás de uma polícia o que faz recordar outros tempos (PIDE) GNR e PSP são polícias que servem os políticos, guarda costas dos governantes e cumpridores de ideias e não da Lei. Pergunta-se amanhã qual polícia ou força militar o povo pode contar em sua defesa?

  2. Mas será que este homem ainda não percebeu que não é parte da solução? E que assim sendo, é sempre parte do problema?
    Será assim tão limitado de intelecto que nem isso consegue compreender? As suas ações demonstram que é um profundo incompetente em toda a linha e muito limitado intelectualmente. Para além de um bruto sem quaisquer maneiras.

  3. Estou bastante surpreendido!
    Pergunto-me, já que perguntando a quem passível de responder, não o fará, o que se estará a preparar… para um Novo 28 de Maio de 1926?… quando se retiram valências às Forças Armadas Portuguesas, despojando-as dos instrumentos próprios para a DEFESA de PORTUGAL, e da SUA SOBERANIA, a troco de um “prato de lentilhas”… AOS MILHÕES…
    Quem serão os envolvidos nesta FICÇÃO, que poderá vir a transformar-se numa ABRASADORA FRICÇÃO?
    Seria bom o regresso à incorporação para SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO, de forma a poder dar voz, e exercício militar, preparando todos os cidadãos portugueses, regularmente, nas diversas valias e aptidões.
    QUEM BAIXA A GUARDA… SABE O QUE LHE ACONTECE!
    E PARA MIM, TUDO ISTO É MUITO ESTRANHO… e não é apenas um negócio de milhões… €.
    Por agora é tudo. A um bom entendedor meia palavra basta!

    • Quando não se sabe do que falar, só resta o fala-fala. O caro faz a mínima ideia do que sejam “Forças Armadas”? Acha que 30 000 salários fazem “forças armadas”? Será que algum dos sete ex-Estado Maior alguma vez combateram? Duvido, não passam de carreiristas, a maior parte administrativos. Em Portugal não existe coragem para reformar, só de remendar até à próxima “reforma”. As FA portuguesas são uma completa inutilidade, não passam de oportunidades de carreira, onde as promoções nada têm a ver com o mérito, daí que existam mais oficiais-generais e almirantes que cozinheiros. Há excepções alguns milhares de militares preparados, bons em qualquer parte do mundo, mas são uma minoria que justifica e alimenta milhares de patentes inúteis.
      É em salários que o Estado gasta a maior parte da dotação das FA, dois terços não passam de funcionários públicos, fardados, não preparados para combate. E são ineficientes, muito melhor seria que fossem funcionários civis. O outro terço, esse sim, deveria estar preparado e pronto para eventual combate e, exagerando, não deveriam ser mais que 7 500 militares a sério, não soldadinhos de chumbo para justificarem a existência de tantos oficiais superiores.
      Não competem à Marinha funções de polícia e patrulha da costa, isso seria da competência de uma guarda costeira, chame-se o que quiserem.
      Não vai existir nenhuma reforma, no máximo será cosmético, temos que continuar a sustentar uma estrutura onde oficiais superiores são mais numerosos que cozinheiros.

  4. Mais uma Cabritada !
    Quantos favores deverá Costa ao Cabrita, para lhe aturar todas estas tropelias?
    Mas os portugueses começam a abrir os olhos. Um PM que escolhe e mantêm um grupo de ministros e secretários de estado como o atual, não merece continuar no poder.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.