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Cotrim Figueiredo não vê problema em repetir o modelo dos Açores com PSD e Chega

António Cotrim / Lusa

João Cotrim de Figueiredo, Iniciativa Liberal

Em entrevista à Renascença e ao jornal Público, João Cotrim Figueiredo, líder do Iniciativa Liberal, disse não ver problema em transpor o acordo alcançado nos Açores para a Assembleia da República em legislativas futuras.

O líder do Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, considera que a coligação nos Açores “foi importante para os açorianos”. Apesar de achar que é “um bocadinho cedo para dizer taxativamente”, o deputado não vê problemas na possibilidade de transpor o acordo para a Assembleia da República em legislativas futuras.

“A esta distância não vejo porque não”, disse, numa entrevista concedida à Renascença e ao jornal Público.

“Foi uma boa iniciativa que tomámos e que se baseou numa coisa muito simples: um documento com dez condições entregue ao PSD, para que, no Parlamento, pudéssemos votar ao lado do PSD”, acrescentou.

O líder político recusa uma coligação que implique juntar os partidos no Governo, mas não rejeita acordos parlamentares.

“O Chega está sentado no Parlamento todos os dias. O PS, o Bloco, o PCP votam em algumas matérias ao lado do Chega e isso diminui alguém? Se me pergunta: vai algum dia prescindir de alguma coisa que seja importante ou permitir que alguma coisa que seja contra os nossos princípios liberais seja feito, não, 10 vezes não“, justificou.

Em fevereiro, o líder do IL disse acreditar que esta legislatura não iria chegar ao fim. Na entrevista, Cotrim Figueiredo disse continuar “a acreditar na premissa que me levou a dizer isso: que se António Costa – é suficientemente hábil para isso – tivesse uma boa oportunidade de conseguir que o Governo caísse sem que a responsabilidade lhe fosse assacada, e com isso aumentasse a possibilidade de ter maioria absoluta, o faria”.

“Acho que no atual quadro político essa possibilidade se tornou um bocadinho mais pequena e as alternativas deste primeiro-ministro no quadro europeu ou fora da Europa também se reduziram”, disse ainda.

Já em relação ao seu posicionamento político, o líder partidário referiu que é necessário analisar a dimensão de esquerda-direita e de liberalismo-autoritarismo.

“São estas duas dimensões que definem melhor o espectro político e vão muito para além da tradicional esquerda-direita. Tanto não nos revemos na designação de partido de direita que há várias posições assumidas publicamente como na eutanásia, em que votamos com os partidos da esquerda”, explicou.

Para Cotrim Figueiredo, partidos autoritários são “todos aqueles que acham que a liberdade individual é algo que pode ser negociada”, como é o caso do BE, PCP, CDS e Chega, acrescentando que o PSD e o PS “são, substancialmente, do espaço liberal”.

ZAP //

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