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O uso doméstico de carvão na China resulta em mortes prematuras

Um novo estudo indica que, na China, a poluição da queima de carvão residencial causa um número desproporcional de mortes prematuras por exposição a poluentes minúsculos inaláveis, conhecidos como PM2.5.

A combustão do carvão por centrais e indústrias polui o ar, fazendo com que muitos países implementassem ações de mitigação e incentivassem métodos de energia mais limpos.

Na China, o carvão ainda é a maior fonte de energia, embora as recentes ações de mitigação tenham substituído algumas centrais movidas a carvão por outras movidas a petróleo ou gás natural.

Além disso, muitas centrais termoelétricas a carvão e caldeiras industriais instalaram equipamentos que reduzem as emissões.

No entanto, algumas famílias continuam a usar carvão para aquecimento doméstico e na cozinha, especialmente em áreas rurais, e os impactos à saúde dessa exposição interna a PM2.5 em comparação com outras formas de exposição interna e externa são amplamente desconhecidos.

Neste sentido, Shu Tao e a sua equipa quiseram quantificar os riscos à saúde da exposição a PM2.5 interno e externo do carvão usado nos setores de energia, industrial e residencial na China entre 1974 a 2014.

Os investigadores, diz o Phys, recolheram dados sobre o consumo de carvão por centrais de energia, indústria e residências rurais e urbanas ao longo do período de 40 anos.

Através do uso de transporte químico atmosférico e modelos estatísticos, calcularam os níveis de PM2.5 externos e internos. Em seguida, a equipa usou funções de resposta à exposição para estimar as mortes prematuras causadas por cinco doenças associadas ao PM2.5, incluindo cancro do pulmão e doenças cardíacas.

De 1974 a 2014, a contribuição do uso de carvão residencial interno para a exposição geral a PM2.5 diminuiu nas populações urbanas, mas permaneceu estável nas populações rurais.

Os especialistas perceberam que, em 2014, o carvão residencial foi responsável por 2,9% do uso total de energia na China, mas 34% das mortes prematuras associadas ao PM2.5.

O número de mortes prematuras causadas pelo consumo unitário de carvão no setor residencial foi 40 vezes maior do que nos setores de energia e industrial.

Esses resultados indicam que os esforços para reduzir o uso residencial de carvão devem ser o principal foco das futuras ações de mitigação da poluição do ar na China, alertam os investigadores.

O estudo foi publicado na ACS Environmental Science & Technology em maio.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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