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Cientistas criam massa que muda de formato assim que entra em contacto com a água

Da penne à fusilli: as pessoas adoram massas pelos seus formatos. Agora, uma equipa de cientistas liderada pelo Morphing Matter Lab da Carnegie Mellon University está a desenvolver massas planas que se transformam em formas familiares quando cozidas.

As massas penne e fusilli, por exemplo, requerem sacos ou caixas de tamanho considerável para serem embaladas. Recentemente, uma equipa de cientistas decidiu criar um protótipo de massa 2D – para ser embalado plano (como as folhas de lasanha) -, que, assim que entra em contacto com a água a ferver, assume formas tridimensionais.

Esta massa plana reduziria a embalagem e o desperdício, ajudaria a economizar espaço no armazenamento e transporte, e seria capaz de reduzir o tempo e energia necessárias para a cozinhar.

Além disso, os investigadores acreditam que este tipo de produto poderia ajudar a limitar a pegada de carbono, uma vez que a massa lisa cozinha mais rápido do que, por exemplo, a massa tubular.

Segundo o Science Alert, a equipa foi inspirada pelos móveis compactos que economizam espaço e recursos. Com base em experiências anteriores, em que as ranhuras estampadas faziam com que a massa se transformasse espontaneamente em formas 3D quando submersa em água a ferver, os cientistas usaram testes físicos e de computador para descobrir como controlar essas transformações.

De acordo com o biomecânico Teng Zhang, a recente investigação permitiu concluir que “o lado da ranhura se expande menos do que o lado liso, fazendo com que a massa ganhe forma”.

A receita é muito simples: basta farinha de sêmola e água, conforme dita a tradição. Estes dois ingredientes permitem criar esta massa metamórfica que tem a aparência, a sensação e o sabor da massa tradicional.

Entusiasmado com os resultados obtidos, o engenheiro mecânico Lining Yao referiu que a mesma técnica “pode ser adaptada a uma variedade de alimentos que incham na água, incluindo géis alimentares – como gelatina ou wagashi japonês – e noodles à base de farinha”.

Estas técnicas, semelhantes às do origami, também podem ser aplicadas a outros materiais, como hidrogéis impressos em 3D, que têm um enorme potencial na medicina e na robótica.

O artigo científico foi publicado no dia 5 de maio na Science Advances.

Liliana Malainho, ZAP //

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