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Crise pós-autárquicas. Tiro pode sair pela culatra à oposição (e beneficiar PS)

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(dr) PSocialista / Flickr

O líder do Partido Socialista, António Costa

O tiro de partida para as eleições autárquicas deve ser dado em junho, por um PS ainda sem pressa para avançar.

Qual é a pressa?” Em 2013, António José Seguro repetiu várias vezes esta questão, numa estratégia para tentar travar o grupo de António Costa no desafio à sua liderança. Desta vez, é a própria direção do PS que lhe sucedeu que se apropria da pergunta, quando confrontada com o tiro de partida para as autárquicas.

Segundo o Observador, a direção socialista não tem pressa e atira “lá para junho” o arranque das eleições, até porque, quanto mais tempo o partido estiver à cabeça das 159 autarquias que conquistou em 2017, melhor.

“O PS tem a maioria dos presidentes de câmara. E esses têm de estar o maior tempo possível como presidente de câmara e não como candidatos”, afirmou um dirigente socialista ao diário.

Quanto ao pós-eleições, o PS só antevê dois cenários: ou fica tudo como está no Governo, ou o Executivo sai reforçado. Em qualquer um deles, é a oposição que sai a perder.

António Costa não admite leituras nacionais de qualquer resultado autárquico. Se a oposição transformar as eleições que se avizinham numa avaliação do Governo, isso poderá trazer um resultado ainda melhor para o PS.

Em 1987, o PS juntou-se ao PRD para aprovar uma moção de censura para derrubar Cavaco Silva, que conseguiu duas maiorias absolutas de seguida. Nesta fase, e com os níveis elevados de popularidade apontados pelas sondagens, Costa acredita que, se alguém pedisse a sua cabeça, o PS alcançaria mais depressa uma maioria absoluta.

Em 2011, depois de ter chumbado o PEC IV, o Bloco de Esquerda viu a sua bancada parlamentar encolher de forma exponencial, nas eleições antecipadas que daí resultaram, passando de 16 para oito deputados.

Estes dois exemplos políticos são lembrados pelos socialistas e servem de aviso para as afrontas que possam vir da esquerda no pós-autárquicas.

Qualquer que seja a perspetiva, as eleições são encaradas como um ganho para o PS. Ainda neste capítulo, o Observador avança que os socialistas e os comunistas chegaram a falar sobre as autárquicas, mas o PCP recusou acordo. Nestas eleições locais, vai cada um por si e ambos acreditam que isso não influenciará as negociações a nível nacional.

Liliana Malainho, ZAP //

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