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Costa inaugura Linha do Minho eletrificada. Obra está inacabada e os métodos são quase iguais aos do século XIX

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António Costa inaugura esta segunda-feira a Linha do Minho (Porto-Valença), que foi eletrificada e modernizada. Contudo, as obras já deveriam ter tido fim em 2019 e, mesmo agora, ainda não estão terminadas.

Os comboios elétricos começaram a circular no domingo, dia 25 de abril, mas a inauguração terá lugar nesta segunda-feira com a presença de António Costa.

A viagem entre as duas cidades (começa em Viana do Castelo e termina em Valença) e  será curta e vai ser feita num comboio regular. O primeiro-ministro poderá, assim, observar as mudanças e as vantagens da tração elétrica na ferrovia, que agora será mais silenciosa, mais rápida e mais amiga do ambiente.

Contudo, de acordo com o Público, a forma como é gerida a exploração do tráfego na linha do Minho apoia-se em métodos que quase não mudaram desde há cem anos.

Os métodos são praticamente iguais aos que existiam no século XIX, com a diferença de que, em vez do telégrafo, vai usar-se o telefone para a comunicação entre os quatro chefes de estação.

A linha é de via única e os cruzamentos só podem ser feitos nas estações, pontos nos quais um agente da Infraestruturas de Portugal (IP) terá de se deslocar à entrada da estação para, manualmente, fazer a agulha mexer e dar entrada ao comboio, tendo depois de se deslocar ao extremo oposto da estação para repetir o procedimento.

Ou seja, a segurança dos comboios assenta integralmente em meios humanos devido à ausência de recursos eletrónicos.

É pelo telefone que o chefe de estação de Viana do Castelo pede avanço ao seu homólogo de Caminha para poder dar a partida ao comboio. Por sua vez, de Caminha, o chefe de estação pede autorização a Vila Nova de Cerveira para fazer avançar o comboio. E o ferroviário de Cerveira pedirá depois avanço ao colega de Valença para que a composição chegue ao destino.

Como explica o jornal, esta situação deve-se a um atraso nas obras de instalação de sinalização eletrónica entre Nine e Valença por parte da IP, que ainda não foram avançadas.

As obras continuam a decorrer entre Nine e Viana e talvez estejam terminadas no final deste ano.

No entanto, para Valença vai ser preciso esperar por 2022 para que a linha agora eletrificada seja equipada com os sinais elétricos e passe a reger-se por avançados sistemas de telecomunicações.

Com ar inacabado ficou também o alteamento das plataformas das estações. O objetivo era facilitar a entrada e saída dos passageiros colocando a plataforma ao mesmo nível das carruagens.

Além da eletrificação, as obras incluíram também estabilização de taludes, trabalhos de terraplanagem e drenagem ao longo da via, bem como a ampliação de estações e a construção de pontos de cruzamento com capacidade para comboios com 750 metros.

Contudo, para os passageiros, os ganhos de tempo serão reduzidos. A linha manteve-se com o mesmo traçado, apenas permitindo velocidades que oscilam entre os 80 e os 140 km/hora.

A inauguração desta segunda-feira representa a segunda fase da eletrificação da linha do Minho. A primeira, entre Nine e Viana, completou-se em 2019. Tudo isto deveria ter ficado concluído em janeiro desse ano, mas as obras que deveriam ter decorrido entre 2017 e 2018 atrasaram-se dois anos.

Ana Isabel Moura, ZAP //

26 Comments

    • Carlos Mota, não sei a sua idade, mas conheci o Portugal de antes do 25 de Abril. Chegando de um país do norte da Europa, era mesmo uma viagem no tempo. Coca-Cola era proibida e os Beatles também. Para um estrangeiro ter de ir à Pide, para um simples vista no passaporte, toda a família tremia de medo, medo!. Um medo que este povo Português tinha, nem imaginas.
      Provavelmente tu es um valente sem medo, mas agora é fácil.
      Queres voltar ao fascismo?
      Que grande esúpido!

      • A melhor parte é mesmo a proibição dos beatles… leia melhor a história!
        Grande culto! eheheheh

      • Mas também não queremos comunismo, muito menos disfarçado de socialismo. Diz que veio de um país do norte, se foi a Finlândia, sabe muito bem o que é ter medo (da união soviética), não foi aqui que aprendeu.

      • Mas a coca cola era permitida em África. Porque seria, e Fernando Pessoa, foi a figura que fez o comentaria de 1º. estranha-se e depois entranha-se. Quer isto dizer , que a mesma já tinha sido comercializada em Portugal.

      • Yah, meu! Coca-cola e Beatles… E mais umas coisas para fumar… Fixe. Love and peace… Yah…

      • Na II República vivia-se melhor que hoje na III republica .Você é adepto da Republica socialista marxista criadora miséria e que entregou a independência de Portugal aos alemães.Você faz parte da nomenclatura corrupta que saqueia o estado e o Povo. Compreendo que falsifique a história . Mas assuma o seu nome .

      • II República é agora, essa vergonha de estado novo não tinha nada de república, para ser república devia ser uma democracia. Era uma ditadura podre, e CORRUPTA. Não tens memória, não a conhecestes ou és um grande mentiroso.

      • Pelo menos ninguém desmentiu o MEDO pelo qual o regime governava. E deu para um pouco de estudo da história. Não é um medo dum inimigo natural como a Espanha, mas o medo do vizinho ao lado, um medo que paralisa um povo. Quem não entenda, não viveu a ditadura. Pessoalmente cresci sem medos e apenas testemunhei o fenómeno ao vivo.
        Só isto acabar já valeu tudo o resto.

        Em Africa, nomeadamente em Moçambique, o nível de vida, por influencia da vizinha Africa do Sul, era muito mais elevado, para os europeus, claro.

        Se alguns consideram Portugal como sendo uma colónia alemã, concordo. Agora dizer que perdeu a independência, quem perdeu uma colónia é a Inglaterra (Carris, TLP, Port wine, Madeira wine e pouco mais). Desde o fim dos ca. de 50 anos que durou a Rota Marítima, Portugal nunca mais tinha qualquer influência e era totalmente dependente dos países industrializados. Tinha só vinho e cortiça. Agora há o Lidl e o Aldi

        No tempo do corporativismo, viveu-se melhor. Alguns pelo menos. Os outros, que nem sapatos tinham, eram pitorescos, e era a maioria. Agora já todos tem sapatos, até uns com mais que um par!

        A indústria era de uma qualidade péssima, O aço da Siderurgia nem para alfaias servia que eram importadas da Inglaterra, com quase tudo.
        Felizmente o Cliff Richard descobriu o Algarve, o que aumentou um pouco os parcos rendimentos que vivia das remessas dos emigrantes

        Uma tendência nacionalista num país pequeno é algo engraçado, desde que ninguém começa a acreditar nela. Mas quero ver Portugal fora do CEE jeje! 🙂

  1. Está tudo correcto e em sintonia dialética.
    Com este ministro (auto declarado marxista) os investimentos têm que funcionar como no sec. XIX, tal como as teorias económicas e sociais do dito Marx de que ele tanto gosta.

  2. Este hábito de inaugurar tudo e mais alguma coisa, em vez de deixarem simplesmente as coisas funcionarem , é bem sintomático da vaidade política que enoja mais do que enobrece. No antigo regime havia um corta fitas, agora, em democracia ainda é pior, porque muitas vezes parece que o objectivo não é a obra em si, mas o momento da inauguração, talvez por isso fique quase tudo inacabado e de péssima qualidade

  3. E a linha do Douro, quando sai das calêndulas? E a linha para Vila Real’ Para Bragança, nem pensar?
    E ainda tiveram a “lata” de prometer ligações entre todas as capitais de distrito! Eu não acredito nestes políticos!

    • Linha do Minho (Alto Minho) é entre Porto e Valença (antigamente ia até Monção), o troço eletrificado é entre Nine e Valença, porque o eixo Porto -Braga já estava eletrificado, o que não mudou nada, ganhou-se 15mn, 1 h 15 por percorer 70 kms!

      • Dizer que não mudou nada na linha Porto-Braga é, no mínimo, de uma ignorância brutal!…
        O Alfa demora 37m e o Urbano 49m (entre Porto-Braga).
        .
        O troço agora cuja eletrificação foi agora inaugurada é entre Viana-Valença; eletrificação entre Nine-Viana já tinha sido inargurada há cerca de 2 anos.

      • Braga 6H21 Porto 7H15 total 54mn mais 4 outros por dia, nas horas de ponta
        Braga 7H45 Porto 8H35 total 50 mn 1 por dia
        Braga 5H29 Porto 6H45 total 1h16 mais 19 outros por dia
        Antigamente com mudança em Nine 1H30 ou 1H45.
        Autocarro 45 mn
        De carro 1/2 H sem pressa…

      • Eu escolhi os comboios mais rápidos; tu, os mais lentos…
        Dizes que “não mudou nada”, mas afinal, em Nine, mudou tudo!!
        O serviço de comboio Porto-Braga está ao nível dos melhores da Europa e tomara que todo o país estivesse ao mesmo nível.
        1/2 h entre Porto e Braga de carro em hora de ponta?
        Boa sorte… ainda há dias demorei 45m entre Famalicão e Braga… e não foi dos piores dias!…

    • O ZAP, de vez em quando, tem um momento “CMTV”!…
      O que é certo é que a linha está finalmente eletrificada até Valença e que a sucata espanhola devolvida à RENFE vai permitir poupar uns milhões.

    • Na notícia que refere gostei especialmente da passagem: “A (meia) obra será inaugurada amanhã pelo primeiro-ministro…”

      Parece que todos são unânimes… anda-se a inaugurar promessas! O Costa é bom nisso.

      • O comboio eléctrico lá conseguiu chegar a Valença e, o desinvestimento de mais de meio século não se recupera em meia dúzia de anos.
        Fechar linhas e retirar locomotivas durante a noite para o povo não ver (como fez o Cavaco) é muito mais fácil!…

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