Portugal tem 43 concelhos com incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, mais 14 em relação ao boletim anterior. Norte é a única região com Rt (risco de transmissibilidade) superior a 1.
Em risco muito elevado de contágio estão os municípios de Vila Franca do Campo (1357), nos Açores, e Odemira (991), que registam incidências acumuladas superiores a 960 casos por 100 mil habitantes.
Dos 43 concelhos com incidência superior a 120 casos, quatro registam um acumulado, nos últimos 14 dias, de mais de 480 casos por cada 100 mil habitantes: Aljezur (501), Machico (546), Resende (572) e Nordeste (576).
Sete concelhos têm valores acima dos 240 casos por 100 mil habitantes: Lagoa (319), Portimão (306), Porto Moniz (299), Ribeira Grande (317), Cabeceiras de Basto (326), Cinfães (247) e Penela (278).
14 concelhos passaram para incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes, relativamente ao boletim anterior. São eles: Alijó, Alpiarça, Arganil, Baião, Cabeceiras de Basto, Castelo de Paiva, Cinfães, Coruche, Fafe, Funchal, Marco de Canaveses, Melgaço, Paços de Ferreira, Penafiel, Peso da Régua, Sever do Vouga, Tabuaço, Vila Pouca de, Aguiar e Vila Real de Santo António.
Por outro lado, Alandroal, Miranda do Corvo, Olhão, Penalva do Castelo e Vila Franca de Xira apresentaram uma redução de casos e abandonaram esta lista.
Esta sexta-feira, o relatório semanal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) indica que todas as regiões apresentam um índice médio de transmissibilidade (Rt) abaixo de 1, com exceção do Norte, que está acima deste valor nos últimos 22 dias.
“A região Norte apresenta valores de Rt superiores a 1 nos últimos 22 dias, com uma média de 209 novas infeções por dia”, refere ainda o INSA, que avança que, neste período, o índice de transmissibilidade variou entre o 1,00 e o 1,18.
A nível nacional, a incidência acumulada a 14 dias foi de 74 novos casos por 100 mil habitantes e o Rt é de 0,98, “sugerindo uma tendência estável ou decrescente”.
Estes indicadores – o índice de transmissibilidade do vírus e a taxa de incidência de novos casos de Covid-19 – são os dois critérios definidos pelo Governo para a avaliação que está a ser feita do processo de desconfinamento.
Segundo o mesmo relatório do INSA, citado pelo jornal online Observador, outro dos critérios, o número de doentes infetados nas unidades de cuidados intensivos (UCI), também está abaixo das linhas vermelhas.
O número de internamentos nas UCI está com “uma tendência ligeiramente decrescente a estável”, com 104 doentes no passado dia 21 de abril, data a que se reporta o relatório.
Vacinação já está a dar resultados
Em declarações ao mesmo jornal digital, o bioestatístico Milton Severo, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, considera que os dados mais recentes já revelam o impacto que a vacinação está a ter na situação epidemiológica do país.
O especialista destaca que este efeito é especialmente evidente em dois grupos: os profissionais de saúde e os idosos com 80 anos ou mais.
No caso do Hospital São João, por exemplo, com o início do plano de vacinação, a incidência entre os profissionais de saúde ficou sempre abaixo da generalidade da população.
O mesmo fenómeno também ocorreu no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Carlos Penha Gonçalves, que lidera um estudo do Instituto Gulbenkian, confirma que houve uma grande descida dos casos entre estas pessoas.
Segundo o mesmo jornal, os idosos com 80 anos ou mais, que foram vacinados logo a seguir, também mostram uma evolução positiva. A incidência nesta faixa etária, que antes era a terceira mais alta, passou a ser a mais baixa de todas.
Esta sexta-feira, começou a funcionar o Portal do Auto-agendamento para Vacinação. A partir de agora, as pessoas com mais de 65 anos já podem escolher a data e o local para serem vacinados.
ZAP // Lusa