Um funcionário de um hospital no sul de Itália recebeu o salário durante 15 anos, apesar de nunca ter aparecido para trabalhar.
De acordo com a polícia italiana, citada pela cadeia televisiva CNN, Salvatore Scumace está sob investigação por falsificação, extorsão agravada e abuso de poder. A Guarda de Finanças (polícia especializada para este tipo de casos) alega que o homem esteve “ausente” do seu local de trabalho desde 2005.
Apesar disso, o italiano, que supostamente trabalha no hospital Pugliese Ciaccio, em Catanzaro, no sul do país, arrecadou mais de 538 mil euros. Segundo as autoridades italianas, Scumace extorquiu os seus superiores para conseguir fugir ao trabalho durante mais de uma década.
O jornal italiano La Stampa detalha que, para conseguir alcançar o seu objetivo, o italiano fez várias ameaças à segurança de uma chefe e da sua família, o que a obrigou a não apresentar ações disciplinares contra si ou a denunciá-lo.
A polícia analisou folhas de presença e turnos de trabalho e registou os testemunhos dos seus colegas e superiores. O caso foi descoberto como parte de uma investigação mais ampla sobre o absentismo de funcionários do Governo, muito típico em Itália.
Scumace, que não foi preso, tem agora 20 dias para ser interrogado, disse a polícia à CNN. Depois, os procuradores irão decidir se deve ser ou não acusado. Além deste italiano, seis dos seus superiores no hospital também estão sob investigação.
O diário italiano acrescenta ainda que, quando as autoridades deram início às investigações em julho de 2020, o hospital também abriu um primeiro inquérito disciplinar contra o funcionário. No entanto, como o procedimento foi confiado a alguns dos suspeitos no caso, conclui-se que não era necessário fazer nada e que não havia nada a apontar a Scumace.
Entretanto, em outubro, foi constituída uma nova comissão de inquérito, que se decidiu pelo despedimento do trabalhador, sem aviso prévio nem indemnização.
