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Desfile do 25 de Abril vai voltar à Avenida da Liberdade. Participantes têm de se registar

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O tradicional desfile comemorativo do 25 de Abril de 1974 vai regressar à Avenida da Liberdade, com algumas regras definidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), confirmou esta terça-feira à Lusa o coronel Vasco Lourenço.

O presidente da Associação 25 de Abril, uma das entidades que constitui a comissão promotora do desfile – que em 2020 não se realizou por causa do contexto sanitário causado pelo novo coronavírus – disse ainda que irá ser divulgado um comunicado com mais detalhes sobre estas regras e a forma como será realizado o desfile de sábado em contexto pandémico.

A comissão organizadora esteve nas últimas semanas em contacto com as autoridades, nomeadamente a Direção-Geral da Saúde (DGS), a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Câmara Municipal de Lisboa para acertar pormenores, tendo recebido esta terça-feira luz verde para avançar.

A 6 de abril, em declarações à Lusa, o responsável adiantou que o desfile poderia ter um trajeto ligeiramente mais curto do que o habitual, terminando nos Restauradores ao invés do Rossio, como é tradicional, uma vez que naquela zona o caminho pode “estreitar” e a manutenção das regras de segurança “seriam mais complicadas”, explicou.

Na altura, Vasco Lourenço referiu que PS, PCP, Bloco de Esquerda, Partido Ecologista “Os Verdes” e Livre, bem como a CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses — Intersindical Nacional), que integram a comissão, mostraram vontade de realizar o desfile, dentro das regras estabelecidas.

“Quando foi tomada a decisão, só houve uma associação que se manifestou, dizendo que, por eles, porque são essencialmente já de idade avançada, não iriam participar no desfile, ainda que apoiem todas as outras iniciativas que se façam”, continuou o responsável referindo-se à Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRE).

Depois disso, disse, a UGT (União Geral de Trabalhadores) também “fez saber aos membros da comissão promotora que não participaria no desfile porque considera que não há condições”.

Quem quiser participar no evento vai ter de se registar de forma a facilitar contactos caso ocorra um surto de covid-19, avançou a TSF. Em declarações à rádio, Vasco Lourenço explicou que só deve participar no desfile quem pertence à associação e que a DGS exige que todos os participantes se registem “para acorrer a um possível surto que obrigue a um contacto imediato com que participou”.

Para além do desfile, a Assembleia da República vai repetir este ano na sessão solene comemorativa do 47.º aniversário do 25 de Abril de 1974 o modelo restritivo de presenças que foi adotado no passado por causa da epidemia de covid-19.

A associação 25 de Abril vai ser representada nesta sessão solene pelos três presidentes dos órgãos sociais, nomeadamente o presidente da direção, coronel Vasco Lourenço, o presidente da Assembleia Geral, almirante Artur Junqueiro Sarmento e o responsável pelo Conselho Fiscal, general Luís Augusto Sequeira, que marcou presença na cerimónia do ano passado.

Em 2020, os 46 anos do 25 de Abril foram celebrados de forma diferente, sem desfile e com uma sessão solene reduzida no parlamento. A decisão de manter a sessão solene na Assembleia da República em pleno estado de emergência gerou polémica, dentro e fora do parlamento, com duas petições online, uma pelo cancelamento e outra a favor da sessão solene, a juntarem centenas de milhares de assinaturas.

A maioria dos partidos concordou em realizar a sessão adaptada às restrições da pandemia – CDS e Chega foram contra e PAN e Iniciativa Liberal preferiam outro formato de comemorações -, numa cerimónia que só por quatro vezes não aconteceu ao longo das últimas quatro décadas.

Em 25 de abril de 1974, um movimento de capitães derrubou a ditadura de 48 anos, de Marcelo Caetano, chefe do Governo, e Américo Tomás, Presidente da República, um golpe que se transformou numa revolução, a “revolução dos cravos”.

ZAP // Lusa

8 Comments

  1. Este Vasco Lourenço mantém os resquícios da 5ª Divisão do EMGFA.
    O IL não pode participar porque é “fascizante” e não se coaduna com a os princípios programáticos da via socialista que “os donos” do 25 de Abril continuam a respirar.
    Todos, os que viveram a realidade de 74 e 75, sabemos que até as eleições para a Constituinte estiveram por um fio porque a aliança Povo -MFA é que era a detentora da verdade democrática (tal como o PC) e que não importava o resultado porque o Instituíção Conselho da Revolução é que continuaria o caminho para o socialismo económico, social, político e de controle do pensamento. Passados quase 50 anos continuam os complexos de esquerda ( a tal que se auto intitula “democratica” e “progressista”). Enfim!

  2. Aqui se vê a razão porque em 1975 teve que haver o 25 de Novembro. VL continua com saudades do verão quente de 1975. Se não fosse o 25 de Novembro de 1975, hoje Portugal seria a Venezuela da Europa.

  3. Escolhidos a dedo, só para camaradas! Também não me faz diferença tal desperdício, pena é não haver um 26 de Abril verdadeiramente democrático e respeitador dos valores humanos!

  4. Após 47 anos,a palhaçada e a pouca vergonha continua.Já era tempo do país estar organizado mas,vamos continuar assim por mais 47.

  5. Ainda bem que houve o 25 de Novembro. Mas não é esta data que o Vasco Lourenço quer comemorar com a extrema esquerda.
    A revolução só aconteceu porque o POVO quis. A comemoração não é um exclusivo aos que queriam fazer de Portugal uma nova Cuba, como era a vontade deste coronel que ostenta condecorações ao peito pela guerra colonial, caso contrário não teria nenhuma.
    Este homem é um “PALHAÇO” à semelhança do grupo de pessoas que estão à sua volta!
    É uma vergonha!

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