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Perdoar o passado, celebrar o renascimento e cumprir tradições. A primavera traz o Nowruz, o ano novo persa

Delil Souleiman / AFP

Celebrações do Nowruz, o Ano Novo persa

Assim que as flores começam a desabrochar e os dias ficam mais longos, fica claro que o Nowruz está prestes a chegar. A celebração do ano novo iraniano é secular, com raízes que remontam a mais de 3.000 anos.

Também conhecido como Nauryz, Navruz ou Nowrouz (que significa “novo dia”), o ano novo persa começou no dia 20 de março e não é por acaso que coincide com o primeiro dia da primavera.

O calendário iraniano é um calendário solar, o que significa que o tempo é determinado, através de observações astronómicas, pelo movimento da Terra à volta do Sol. É por isso que o primeiro dia do ano começa sempre com o fenómeno natural do equinócio.

Segundo a CNN, o Nowruz não é um feriado religioso, mas uma celebração universal de novos começos: o objetivo é desejar prosperidade e dar as boas-vindas ao futuro enquanto se desfaz do passado. A celebração dura cerca de um mês e é repleta de festas, comida, artesanato, apresentações de rua e rituais públicos.

Em 2010, o dia 21 de março foi oficialmente reconhecido como o Dia Internacional do Nowruz pelas Nações Unidas a pedido de países como o Afeganistão, a Albânia, a Índia, o Irão, o Cazaquistão, a Turquia e o Turquemenistão.

Atualmente, de acordo com a cadeia televisiva norte-americana, mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo celebram o Nowruz.

Como qualquer celebração, o ano novo persa está envolto em tradições. Uma das mais conhecidas é saltar por cima de fogueiras, uma tradição trazida pelos zoroastrianos, que adoravam o fogo como um sinal de força e saúde eternas.

Na última quarta-feira do ano, Chaharshanbe Soori (ou “quarta-feira vermelha”), as pessoas saltam por cima do fogo para se limparem dos males – físicos, emocionais e sociais – do ano passado, como uma forma de se preparar para o renascimento.

A tradição também encoraja os indivíduos a fazerem as pazes com aqueles que os prejudicaram no passado e a procurar perdão para os seus próprios erros.

No centro da mesa, as famílias colocam o haft-visto – traduzido como “sete S’s” – onde concentram sete elementos, que começam com a letra S, cada um com um significado particular.

Seeb (maçã) é o símbolo da beleza; seer (alho) é o símbolo da saúde e da medicina; somagh (sumagre) representa o nascer do Sol; sabzeh (relva) representa a cura e o renascimento da Terra; serkeh (vinagre) simboliza a paciência; senjed (azeitonas) representa o amor e samanu (massa de pastelaria) o poder e a força do perdão.

De acordo com o The Conversation, as mesas também incluem espelhos para ajudar na reflexão; flores para simbolizar a cura da Terra; ovos que representam a vida e um peixe vivo como sinal da conexão com o mundo animal.

Algumas famílias também colocam um livro religioso na mesa, como o Alcorão ou a Bíblia, ou livros de poetas iranianos.

Liliana Malainho, ZAP //

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