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Akon ainda não construiu a “Wakanda da vida real”, mas o Uganda já lhe está a dar terrenos para a segunda

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O artista de R&B Akon ainda não concretizou a sua visão ambiciosa de uma cidade “futurística” alimentada por uma criptomoeda chamada “Akoin” e construída num terreno que lhe foi dado pelo governo senegalês. Contudo, o Uganda também quer agora uma cidade no seu território.

De acordo com o The Washington Post, a nação da África Oriental concordou em identificar “um local adequado em Uganda com não menos de uma milha quadrada, que será disponibilizado para ele e a sua equipa”, disse Isaac Musumba, ministro do Desenvolvimento Urbano de Uganda.

Akon ficará responsável por atrair investimentos e administrar o projeto e vai consultar o governo do Uganda para propor um tema para a “cidade satélite”. “Gostaríamos de emular o que foi feito noutros lugares para termos uma cidade de Akon aqui”, disse Musumba.

Esta ideia surge depois de Akon, um nativo do Missouri cuja família vem do Senegal, ter falado, em setembro de 2020, sobre o seu desejo de criar uma versão da vida real de Wakanda, o reino futurístico da África retratado na “Pantera Negra” da Marvel.

Os planos para a primeira Akon City envolvem a construção de condomínios de luxo, um resort à beira-mar, escritórios e até mesmo uma universidade em arranha-céus tubulares que parecem desafiar a gravidade. Planeada como um destino de luxo para os negros americanos, Akon City será movida a energia solar e ecologicamente correta.

Moradores e visitantes poderão fazer compras com Akoin, que, segundo a sua visão, será uma moeda global.

Os designs chamativos para o que agora é uma vila agrícola na costa do Senegal foram confrontados com algum ceticismo. Os locais apontam que as estruturas de metal e vidro – que Akon diz serem destinadas a “assemelharem-se a esculturas africanas reais que fazem nas aldeias” – são inadequadas para o clima abafado.

Outros observam que, apesar do objetivo de usar artesãos e materiais locais, Akon contratou um arquiteto de Abu Dhabi e um norte-americano para construir a cidade.

Por outro lado, numa região faminta de turismo, as autoridades do Uganda têm estado recetivas às promessas de Akon de atrair investimentos e criar empregos.

“Há tanto sobre o Uganda que nunca soube que existia”, disse Akon. “Estou determinado a expor isto. Quero que as pessoas entendam como o Uganda é lindo e a melhor forma de o fazer é construir a minha cidade aqui”.

A construção da cidade não será concluída até 2036 por causa da quantidade de infraestruturas, como estradas pavimentadas, que deve ser construída primeiro.

No Senegal, Akon arrecadou pelo menos quatro mil milhões dos seis mil milhões de dólares necessários para construir a cidade e o projeto ainda não foi iniciado. O partido de oposição do Uganda, o Fórum para a Mudança Democrática, disse que era “um segredo público” que Akon City nunca viria a existir.

Maria Campos, ZAP //

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