De acordo com um novo estudo, há uma possibilidade de os dentes falsos poderem ficar no passado, graças à descoberta de um anticorpo que desencadeia a regeneração dos dentes perdidos. Contudo, há pontos negativos.
O novo estudo, publicado no jornal Science Advances a 12 de fevereiro, indica que ao inibir a ação de um gene chamado USAG-1, o anticorpo aumenta a disponibilidade de certos fatores de crescimento e pode ser usado para ajudar as pessoas a ter um novo sorriso.
Durante a experiência, a equipa modificou ratos geneticamente para que estes sofressem de agenesia dentária – doença em que alguns dentes não se desenvolvem.
Apenas uma injeção com o anticorpo USAG-1 resultou no desenvolvimento dos dentes em ratos com a doença. Por outro lado, uma única dose causou o crescimento de um novo dente em ratos normais.
Os investigadores decidiram ter como alvo o gene USAG-1, pois este é conhecido por inibir duas moléculas de sinalização conhecidas como BMP e Wnt, ambas envolvidas no desenvolvimento dentário.
No entanto, como esses compostos também controlam o crescimento de uma ampla gama de outros órgãos, interferir neles pode produzir uma série de efeitos colaterais graves.
Nas experiências, a equipa testou vários anticorpos monoclonais diferentes que alteram a capacidade do USAG-1 de interagir com o BMP e o Wnt, embora vários deles tenham produzido defeitos congénitos graves. No final, encontraram um anticorpo específico que impediu o gene de se ligar ao BMP, mas não teve impacto no Wnt.
Os autores concluem que a USAG-1 impede, assim, o crescimento dos dentes ao ligar-se ao BMP, reduzindo assim a sua atividade.
Em comunicado, o autor do estudo Katsu Takahashi explicou que os investigadores sabiam que “suprimir o USAG-1 beneficia o crescimento dos dentes”. “O que não sabíamos era se isso seria suficiente”, disse.
No entanto, os resultados da pesquisa indicam que a inibição da atividade do gene permite um aumento suficiente na BMP para o crescimento de novos dentes.
Embora essa técnica não esteja perto de ser aplicada em humanos, os especialistas testaram o anticorpo em furões. Estes animais têm padrões dentários semelhantes aos dos humanos, com uma dentição de leite que mais tarde também é substituída por dentes definitivos.
Os resultados indicaram que o tratamento é igualmente eficaz em furões, com uma única dose do anticorpo a desencadear a regeneração de um dente inteiro. Isso sugere que a técnica também pode funcionar em humanos, apesar de existirem uma série de questões de segurança que devam ser esclarecidas antes.
Por enquanto, os investigadores pretendem repetir a experiência em outros mamíferos, como é o caso de porcos e cães, escreve o IFL Science.
Até mesmo as células cancerosas podem criar dentes e outras partes do corpo, mas de forma aleatória no que diz respeito ao sitio, portanto pode ser no lugar dos cornos