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A arte mais roubada da História é à prova de bala. Nova “casa” custou 30 milhões de euros

hans_olofsson / Flickr

Retábulo de Ghent

Uma das maiores obras-primas do mundo e aquela que é a peça de arte mais roubada da História, a Adoração do Cordeiro Místico de Hubert e Jan van Eyck, também conhecida como Retábulo de Ghent, tem uma nova “casa” de quase 30 milhões de euros para a proteger.

A obra de 12 painéis, pintada em 1432 pelos irmãos Van Eyck, está agora protegida por uma vitrine à prova de bala com seis metros de altura e cerca de 100 metros cúbicos.

De acordo com o The Guardian, além de proporcionar ao visitante uma melhor experiência, a vitrine concede à obra, meticulosamente restaurada nos últimos sete anos, melhores condições climáticas.

Ainda assim, uma das principais prioridades para os envolvidos no projeto é a segurança da obra-prima.

Durante sua história de 588 anos, o Retábulo de Ghent esteve prestes a ser queimado por calvinistas rebeldes, roubado por Napoleão para o Louvre, cortado ao meio depois de cair nas mãos do rei da Prússia, cobiçado por Hermann Göring e levado por Adolf Hitler antes de ser resgatado por uma equipa de agentes duplos do comando de uma mina de sal austríaca, onde estava destinada a ser explodido com dinamite.

A pintura não saiu totalmente ilesa. Um dos seus 12 painéis continua desaparecido após um assalto na noite de 10 de abril de 1934.

Apesar da história conturbada, a obra é uma das mais icónicas da pintura flamenga do século XV.

A obra-prima e a sua vitrine serão posicionadas sobre um altar na Capela Do Sacramento, na Bélgica. O Retábulo de Ghent ficará pendurado numa estrutura de suporte de aço controlada pneumaticamente, para permitir o movimento desimpedido dos painéis laterais.

Todas as manhãs e todas as noites, o políptico será aberto e fechado suavemente. Grandes portas de segurança foram instaladas na catedral para permitir a fácil evacuação dos painéis de madeira em caso de emergência.

Para permitir o acesso dos visitantes sem comprometer a segurança, foram demolidas e redesenhadas algumas das antigas paredes de pedra da catedral – obras que são responsáveis pela significativa fatura paga pelo Governo e por outros patrocinadores.

A caixa de vidro translúcido de alta segurança custou 5 milhões de euros.

Devido às restrições da pandemia, os visitantes que quiserem ver de perto a arte mais roubada da História terão de reservar uma visita a partir de 29 de março. Na inauguração desta quinta-feira, o primeiro-ministro belga, Jan Jambon, disse esperar que os turistas cheguem em maior número do que nunca.

Liliana Malainho, ZAP //

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