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Groundforce pode perder apoio à retoma se não pagar salários na íntegra até sexta-feira

Fernando Veludo / Lusa

A Groundforce pode perder o apoio à retoma se não pagar os salários na íntegra aos 2.400 trabalhadores até sexta-feira, disseram os sindicatos numa carta aos associados, onde também defendem que uma greve seria “o fim da empresa”.

A pressão para o pagamento do salários dos trabalhadores da Groundforce mantém-se elevada. Se a empresa não pagar os salários até esta sexta-feira pode perder o acesso ao lay off. A pressão é grande e até ao momento não há uma solução. Os sindicatos apelam a que não se faça greve, porque se agravaria a situação da empresa.

Numa carta a que a Lusa teve acesso, cinco estruturas sindicais dão conta do resultado das audiências com os grupos parlamentares do PSD e do CDS-PP, onde reforçaram “a urgência no pagamento dos salários de fevereiro, também pela possibilidade da perda do apoio à retoma caso a empresa não pague os salários na íntegra até dia 12”.

A missiva assinada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), Sindicato Nacional dos Trabalhadores Da Aviação Civil (SINTAC), Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) e Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), apela, ainda, aos trabalhadores para que “não tomem ações precipitadas ou irrefletidas”.

“O que todos queremos é o pagamento dos salários, a salvação da empresa e dos postos de trabalho, por isso, se, por hipótese, no dia 16 de março ninguém fosse trabalhar devido ao incumprimento salarial, estaria dado o maior passo rumo ao que seria o fim da empresa”, defenderam os sindicatos.

Aquelas estruturas representativas dos trabalhadores têm mantido reuniões com os vários grupos parlamentares e pedem uma solução para a empresa de handling (assistência nos aeroportos), em dificuldades financeiras devido aos efeitos da pandemia no setor da aviação.

Esta semana os trabalhadores ficaram a saber que as negociações entre o acionista maioritário da Groundforce, a Pasogal, e a TAP, para um adiantamento de cerca de dois milhões de euros que serviria para pagar os salários em atraso e para um empréstimo bancário de 30 milhões de euros, falharam, uma vez que as ações de Alfredo Casimiro já estão penhoradas e não podem ser dadas como garantia.

Ainda não se sabe qual será o futuro da empresa, mas os trabalhadores temem que seja pedida a insolvência.

Nas reuniões com os grupos parlamentares, os sindicatos insistiram que “salvar a empresa custa bem menos ao Estado português do que os 60 milhões de euros que custaria a liquidação da empresa”.

Na sequência daquelas reuniões, o Bloco de Esquerda e o PCP já defenderam a nacionalização da empresa, por forma a que sejam protegidos os postos de trabalho.

Os trabalhadores da Groundforce têm promovido várias manifestações ao longo dos últimos dias, pedindo ao Governo que não deixe cair a empresa.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal, de Alfredo Casimiro, e em 49,9% pelo grupo TAP, cujo acionista maioritário é o Estado português.

// Lusa

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