/

Boris Johnson ignora entrevista de Meghan e Harry. Casa Branca diz que os Sussex mostraram “coragem”

number10gov / Flickr

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, expressou hoje a “maior admiração” pela rainha Isabel II, mas recusou comentar as confidências do príncipe Harry e da mulher Meghan na televisão americana, bastante críticas para a família real.

O chefe do Governo do Reino Unido não quer entrar nas polémicas da família Windsor. Um dia após a entrevista dos duques de Sussex à apresentadora americana Oprah Winfrey, Boris Johnson escusou-se a falar sobre o assunto.

“Sempre tive a maior admiração pela Rainha e pelo papel unificador que ela desempenha no nosso país e em toda a Commonwealth”, disse Boris Johnson, numa conferência de imprensa, onde o propósito era falar de covid e desconfinamento, não das rixas do clã Windsor.

Porém, questionado sobre se a família real deveria investigar as alegações de racismo, afirmou: “Passei muito tempo sem comentar questões da família real e eu não tenho intenção de começar hoje”.

Outro repórter perguntou-lhe se o Reino Unido parecia racista aos olhos do mundo, por causa da entrevista, e se considera que a família real, excluindo Isabel II, é racista. Johnson repetiu que um primeiro-ministro não deve comentar assuntos da família real.

Também o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, evitou dizer se o Palácio de Buckingham deveria investigar o que foi dito na entrevista, mas disse que “precisam de ser levadas muito, muito a sério”.

“São alegações em relação a raça e saúde mental – isso é maior do que a família real”, afirmou aos jornalistas, durante visita a uma escola no leste de Londres.

 

“Falar sobre as suas próprias lutas“

A Casa Branca saudou hoje a “coragem” do príncipe Harry e da sua mulher, Meghan Markle, no dia seguinte à entrevista na televisão norte-americana que gerou várias críticas e indignação contra a Coroa Real britânica.

“Falar sobre as suas próprias lutas em questões de saúde mental e contar a sua história, seja que pessoa for, requer coragem”, afirmou Jen Psaki, porta-voz da Administração norte-americana.

No entanto, sublinhou, ambos são agora “pessoas comuns” e a Casa Branca não vai fazer “mais comentários em nome do Presidente”, Joe Biden.

A mulher do príncipe Harry, Meghan Markle, revelou numa entrevista televisiva que um membro da família real terá manifestado preocupação antes do nascimento do filho Archie sobre “quão escura” a pele da criança poderia ser.

O casal não quis identificar o autor do comentário, mas Winfrey esclareceu que não se tratou de Isabel II nem do seu marido, o príncipe Filipe.

Numa entrevista de duas horas transmitida na noite de domingo na estação norte-americana CBS, Meghan Markle, disse também que teve pensamentos suicidas, mas que lhe foi negada ajuda profissional para não afetar a reputação da família real.

Na mesma entrevista, Harry acusou a imprensa tabloide de ser “racista” e disse que o pai, o príncipe Carlos, deixou de atender o telefone quando o casal manifestou a intenção de afastar-se da família real, o que aconteceu na primavera de 2020.

Harry e Meghan deixaram de representar oficialmente a monarquia britânica e vivem na Califórnia, onde desenvolvem trabalho na área do entretenimento, tendo anunciado recentemente que esperam um segundo filho, que se juntará a Archie, que completará dois anos em maio.

Desde a mudança, o casal criou uma fundação, a Archewell, e comprometeu-se a produzir programas para a plataforma de streaming Netflix, por 100 milhões de dólares (84 milhões de euros), de acordo com vários meios de comunicação social norte-americanos, bem como podcasts para o Spotify.

Além disso, foi anunciada uma parceria com a plataforma Apple TV+, em colaboração com a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey.

Segundo o Wall Street Journal, a venda da entrevista à CBS rendeu entre sete e nove milhões de dólares (5,8 e 7,6 milhões de euros) ao canal “Oprah”, que mantém no entanto os direitos internacionais, uma fonte de receitas significativa, porque uma boa parte do mundo aguarda por este evento televisivo.

Para o jornal The Times, “o que quer que a família real esperasse da entrevista, foi pior”.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.