Um recente estudo forneceu a primeira evidência direta de “gasodutos” de gás frio que alimentaram as primeiras galáxias massivas do Universo.
Uma equipa de astrónomos norte-americanos, liderada pela Universidade de Iowa, observou evidências de fluxos de gás frio que alimentaram as primeiras galáxias gigantes. O artigo científico foi publicado a 24 de fevereiro no The Astrophysical Journal.
De acordo com o Tech Explorist, nesta investigação, os cientistas analisaram uma região gasosa em torno de uma grande galáxia formada quando o Universo tinha cerca de 2,5 mil milhões de anos, a SMM J0913. A equipa demorou cerca de cinco anos para determinar a sua localização e distância exatas.
Hai Fu, professor do Departamento de Física e Astronomia, disse que este é o primeiro caso em que os cientistas detetaram “um fluxo em escala de halo a alimentar uma galáxia muito massiva”. No fundo, a equipa observou o halo quente de matéria escura a ser atravessado por um “gasoduto” de gás frio, pobre em metais.
O portal refere ainda que os cientistas também descobriram dois quasares de fundo, projetados a distâncias angulares próximas da galáxia alvo. A luz dos quasares deixou “impressões digitais” químicas que confirmaram a existência de um estreito fluxo de gás frio.
As “impressões digitais” químicas mostraram ainda que o gás nos fluxos tinha uma baixa concentração de elementos pesados como alumínio, carbono, ferro e magnésio. Estes elementos são formados quando a estrela ainda brilha e libertados no meio circundante quando a estrela morre, pelo que a equipa determinou que os fluxos de gás frio devem estar a fluir de fora, em vez de serem expulsos da própria galáxia.
Há duas décadas, uma teoria defendia que fluxos deste tipo eram o meio através do qual as galáxias massivas primordiais acumulavam a sua matéria. Agora, esta hipótese foi confirmada com observações diretas.