O coordenador da equipa clínica alemã em Portugal, Jens-Peter Evers, diz que Portugal “não fez nada de errado” e que esta não é uma altura de olhar para números.
A equipa clínica alemã que chegou a Portugal na semana passada está a trabalhar no Hospital da Luz, em Lisboa. De acordo com o Expresso, já começaram a tratar os primeiros doentes graves.
A equipa é constituída por 26 profissionais de saúde, entre os quais seis médicos, que trazem também 40 ventiladores móveis e dez estacionários, 150 bombas de infusão e outras tantas camas hospitalares.
Esta segunda-feira, em conferência de imprensa, o coordenador da comissão de acompanhamento da resposta nacional em medicina intensiva para a covid-19, João Gouveia, agradeceu “toda a ajuda” que tem sido oferecida.
A prioridade por agora é “expandir a medicina intensiva, conseguir que desça finalmente a curva, ter um RT mais baixo, e diminuir a pressão da medicina intensiva”, disse João Gouveia, citado pelo Expresso.
“Estamos muito perto do total da expansão da medicina intensiva. Já expandimos em 200 camas, há mais algumas, mas a capacidade já é diminuta”, acrescentou, admitindo a falta de recursos em Portugal: “Temos falta de recursos de intensivistas e principalmente de enfermagem”.
Uma das médicas alemãs no Hospital da Luz conta que os pacientes “estão estáveis mas severamente doentes”, com “pneumonias graves” e a precisar de ventilação “durante semanas”.
O coordenador da equipa alemã, Jens-Peter Evers, disse que está certo de que Portugal não fez “nada de errado” para chegar a este ponto de saturação e que esta não é altura de olhar para os números: “Todas as vidas contam, não temos de estar aqui a discutir números, mas resultados”.