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Milhões de estrelas-do-mar morreram transformadas em gosma. Cientistas já sabem porquê

Jerry Kirkhart / Wikimedia

Uma estrela do mar da espécie Pycnopodia helianthoides

Cientistas descobriram finalmente o culpado por trás da morte de milhões de estrelas do mar, que apareceram em várias regiões do mundo transformadas numa espécie de gosma.

Em 2013, milhões de estrelas-do-mar morreram de forma estranha, ao longo de toda a costa oeste da América do Norte, com os seus membros separados do resto do corpo e desfeitos numa espécie de gosma.

Mais de 20 espécies foram afetadas, conta o site Science Alert. Em algumas áreas, populações da estrela-do-mar do girassol (Pycnopodia helianthoides) caíram, em média, cerca de 90% em poucas semanas, uma perda que fez com que esta espécie, outrora comum e abundante, desaparecesse da maioria da região em apenas alguns anos.

Os cientistas começaram a suspeitar que o culpado desta situação fosse algum vírus ou bactéria, no entanto, os estudos realizados afastaram esse cenário. Mas agora, conta o mesmo site, uma equipa de biólogos marinhos desvendou finalmente o mistério.

Ao comparar os tipos de bactérias em estrelas-do-mar saudáveis e nas que sofrem desta doença debilitante, os investigadores descobriram que as que prosperam em ambientes com pouco oxigénio eram abundantes nos animais doentes, como os copiotróficos (organismos encontrados em ambientes ricos em nutrientes).

Experiências feitas em laboratório confirmaram que a água com escassez de oxigénio causou estas lesões em 75% das estrelas-do-mar. Adicionar muitos nutrientes ou fitoplâncton à água também fez com que a saúde destes animais diminuísse.

Ao reanalisar amostras de tecido de 2013, os cientistas detetaram excesso de azoto, um sinal de que estas estrelas-do-mar morreram sufocadas.

“As estrelas-do-mar difundem oxigénio sobre a sua superfície externa através de pequenas estruturas chamadas pápulas. Se não houver oxigénio suficiente à volta das pápulas, a estrela-do-mar não consegue respirar“, explicou, em comunicado, Ian Hewson, microbiologista marinho da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo publicado, a 6 de janeiro, na revista científica Frontiers in Microbiology.

A equipa observou ainda que a maioria destes eventos foi relatada no final do outono ou do verão, quando o fitoplâncton que aumenta os níveis de nutrientes na água através da fotossíntese é mais abundante. Temperaturas mais altas são causas conhecidas do florescimento de fitoplâncton.

ZAP //

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