O Presidente cessante dos Estados Unidos enviou, esta quinta-feira, uma mensagem às tropas norte-americanas, dizendo que “reconstruir o Exército foi uma honra”, destacando o investimento da sua administração no Pentágono.
“Foi uma honra reconstruir o nosso Exército e apoiar os nossos corajosos homens e mulheres no uniforme”, afirmou Donald Trump, numa declaração divulgada pela Casa Branca.
O republicano, que será substituído pelo democrata Joe Biden, destacou o investimento de 2,5 mil milhões de dólares, cerca de 2,06 mil milhões de euros, que permitiu “novos bonitos equipamentos”.
“Estarei sempre comprometido em travar as infinitas guerras”, assinalou o ainda chefe de Estado, que sublinhou que as tropas militares dos EUA no Afeganistão estão “no número mais baixo em 19 anos”.
Trump destacou que, da mesma forma, as tropas presentes no Iraque na Síria estão “no número mais baixo em muitos anos“.
A 13 de dezembro, os Estados Unidos anunciaram que tinham começado a reduzir a suas tropas de 4500 para 2500, num processo que esperam concluir até 15 de janeiro, argumentando que as suas tropas e as da NATO continuarão a conseguir prestar apoio às forças afegãs.
Washington concordou retirar as suas tropas com os talibãs em fevereiro do ano passado, em Doha, até maio do próximo ano, tendo já retirado uma grande parte dos cerca de 12 mil militares que tinha no país.
Em setembro de 2020, 17 anos depois da invasão do Iraque, os EUA anunciaram que iriam reduzir o seu contingente militar no país, de 5200 para 3000, afirmou então o diretor do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o tenente-general Kenneth McKenzie.
Em outubro de 2019, Trump deu luz verde à retirada das tropas na Síria, onde os norte-americanos tinham iniciado uma intervenção militar em setembro de 2014, meses após a proclamação de um califado por parte do Estado Islâmico neste país e no Iraque.
Líder republicano no Senado não afasta condenação
Segundo o jornal Público, o líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, admitiu vir a condenar o ainda Presidente no julgamento do seu segundo processo de destituição.
“A imprensa está cheia de especulações, mas ainda não tomei uma decisão final sobre como irei votar, e estou disposto a ouvir os argumentos que forem apresentados ao Senado”, afirmou o republicano.
Tal como recorda o matutino, na primeira tentativa de impeachment, em dezembro de 2019, McConnell acusou os democratas de promoverem “um julgamento político parcial”. Portanto, estas novas declarações marcam uma clara mudança na sua postura em relação a Trump.
Também nessa altura, nenhum congressista republicano votou a favor do processo de destituição. Esta semana, a resolução democrata contou com dez votos a favor do Partido Republicano.
O artigo para o novo processo de impeachment foi apresentado na Câmara de Representantes, acusando o líder de “incitamento à insurreição” por ter induzido os seus apoiantes a assaltar o Capitólio.
Esta sexta-feira, a Inspeção-Geral do Departamento de Justiça anunciou que vai investigar eventuais falhas cometidas pelas agências de segurança na preparação e resposta ao ataque.
A investigação do gabinete do inspetor-geral examinará se as informações sobre os riscos de violência foram partilhadas pelo Departamento de Justiça com outras agências, incluindo a Polícia do Capitólio.
O inspetor-geral disse que “também avaliará se há alguma fragilidade nos protocolos, políticas ou procedimentos do Departamento de Justiça, que possam ter afetado negativamente a capacidade das suas agências para se prepararem de forma eficaz e para responderem aos eventos.
A investigação revela uma suspeita dentro da comunidade de serviços de segurança de que houve uma falha na prevenção e na resposta ao ataque ao Capitólio, realizada por apoiantes do Presidente cessante.
É provável que a investigação também inclua uma avaliação dos elementos de informação que o Departamento de Justiça – e particularmente o FBI – coligiu antes e depois do motim, após este corpo de segurança ter admitido que um dos seus gabinetes compilou um boletim interno que alertava sobre o potencial de violência dirigida ao Congresso.
Entretanto, o Snapchat anunciou que vai banir de forma permanente a conta de Trump, depois de, na semana passada, tal como outras redes sociais, a ter suspendido indefinidamente. A medida terá efeitos a 20 de janeiro, dia em que Biden toma posse.
ZAP // Lusa