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“Questão de segurança nacional”. Mais de 70 cadetes de West Point acusados de copiar em exame

Mais de 70 cadetes de West Point , a principal e mais prestigiada academia militar dos Estados Unidos, foram acusados de copiar num exame de cálculo realizado online em maio passado devido à pandemia de covid-19.

O porta-voz da academia militar norte-americana, o tenente-coronel Christopher Ophardt, disse, na passada segunda-feira, que 73 alunos foram acusados de copiar num exame depois de os instrutores terem notado irregularidades nas respostas.

De acordo com o portal NPR, todos cometeram os mesmos erros, levantando suspeitas.

Todos os acusados, à exceção de um, eram caloiros numa turma de 1.200 alunos.

O outro estava inscrito no segundo ano, detalha a agência noticiosa AP.

“O código de honra de West Point e o programa de desenvolvimento de caráter permanecem fortes, apesar da aprendizagem remota e dos desafios provocados pela pandemia (…) Os cadetes estão a ser responsabilizados por quebrar o código [da academia militar]”, disse Christopher Ophardt, citado pela agência noticiosa.

Os cadetes da academia de West Point comprometem-se a obedecer a um código de honra rigoroso em troca de aulas gratuitas que os podem tornar nos melhores líderes militares a nível nacional – cada aluno custa, anualmente, cerca de 10.000 dólares à instituição.

Um cadete não mentirá, não fará batota, não roubará ou tolerará aqueles que o fazem”, pode ler-se no código que tem apenas uma dúzia de palavras.

Ao portal NPR, Tim Bakken, académico que leciona Direito em West Point há duas décadas, refere que este é o pior escândalo académico desde os anos 1970.

No seu entender, em causa está uma “questão de segurança nacional”, uma vez que os oficiais de alta patente, que muitas vezes saem desta academia, devem ser honestos com os líderes civis quando em cima da mesa estão decisões de vida ou morte.

“Um escândalo de batota em exames numa academia militar é crítico, porque indica que uma determinada cultura precisa de ser corrigida”, considerou.

O maior escândalo do género que ocorreu na academia remonta a 1976, quando 153 cadetes do quarto ano copiaram num exame de engenharia elétrica.

Todos os envolvidos renunciaram ou foram expulsos da instituição.

Sara Silva Alves, ZAP //

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