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Ana Gomes gostava de contar com António Costa (e critica o seu apoio a Marcelo)

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José Sena Goulão / Lusa

A ex-eurodeputada socialista, Ana Gomes, durante o anúncio da sua candidatura à Presidência da República

A candidata presidencial Ana Gomes admitiu, em entrevista à RTP3 esta terça-feira à noite, que gostava de contar com o apoio do líder socialista na corrida a Belém. Rui Pinto, Justiça, Chega e o caso do SEF foram outros temas que estiveram em cima da mesa.

Ana Gomes, que surge em segundo lugar nas sondagens, considerou que reúne apoio dentro do seu partido, sentindo-se “muito acompanhada pelos socialistas, principalmente os mais jovens”.

No entanto, relata o Observador, a candidata presidencial escusou-se a indicar os nomes dos socialistas a quem agradece não receber apoio, apesar de indicar que António Costa não consta da lista. “António Costa é primeiro-ministro e é Secretário Geral do meu partido”, justificou.

Ana Gomes disse ainda, respondendo a uma pergunta, que gostaria de contar com o apoio do primeiro-ministro e criticou António Costa por apoiar Marcelo Rebelo de Sousa: “Expressei publicamente a minha discordância em relação à atitude dele de lançar um candidato de Direita”.

Confrontada sobre como é que Rui Pinto pode ser considerado um “herói”, tendo em conta as acusações de condutas ilegais, a antiga eurodeputada destacou o “grande serviço público” que o pirata informático prestou a Portugal e a outros países, sublinhando que “está a ser julgado para se apurar se as acusações têm fundamento”.

“Não defendo a ilegalidade, quem tem que avaliar se houve ilegalidade é o tribunal, eu não sou substituta aos tribunais”, respondeu Ana Gomes.

A candidata às presidenciais considerou também que os “megaprocessos” são muitas vezes “uma forma de tornar interminável a administração da Justiça”, referindo-se ao caso José Sócrates como um exemplo em que a Justiça está a ser demasiado morosa e reforçando que “Justiça demorada é Justiça negada, em qualquer parte do mundo”.

A propósito desse assunto, Ana Gomes deixou a promessa de que, caso seja eleita e “com respeito pela separação de poderes”, tratará de impedir que haja obstruções ao curso normal da Justiça.

A ex-eurodeputada socialista dirigiu ainda críticas ao atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, por ser “o grande desestabilizador” e pela atitude de normalizar “forças que têm o objetivo de destruir a Constituição”, como é o caso do partido liderado por André Ventura. Na sua opinião, o Chega “não devia ter sido legalizado”, devido às posições de caráter racista e fascista.

Comentando ainda a posição de Eduardo Cabrita no Governo após a polémica despoletada pelo homicídio de um cidadão ucraniano às mãos do SEF, Ana Gomes considerou que “é o primeiro-ministro que o está a segurar”.

“Tudo o que se passou relativamente ao assassinato de Homeniuk pelo SEF é desastroso para Portugal”, lamentou.

Sofia Teixeira Santos, ZAP //

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8 Comments

  1. Ana Gomes enfrentou muito bem a entrevista agressiva a que foi sujeita, dando respostas claras a tudo e descartando as perguntas tendenciosas. Mostrou ser inteligente e estar muito bem preparada para assumir as responsabilidades de chefe de estado, caso fosse eleita. Pena é que muitos portugueses se tenham deixado encantar pelo desempenho teatral do parlapatão Marcelo que faz de tudo excepto ser Presidente da República.

    • O entrevistador (se é que pode ser assim chamado) é que continua incapaz de gerir uma entrevista. Falha as questões centrais, não deixa falar os entrevistados, não sabe o momento perfeito para colocar as questões fatais… Enfim, uma vergonha para todo o jornalismo nacional. Muito mau, mesmo. A RTP não se devia rebaixar assim tanto. Em comparação a TVI tem um excelente entrevistador que pela primeira vez que me lembro, deixou o Marcelo a patinar por todos os lados. E pouca ou nenhumas vezes o terá interrompido.
      O Jornalista da RTP deveria voltar aos bancos da escola e aprender como se fazem entrevistas.

    • Ana Gomes inteligente????
      Basta ser sectaríssima de esquerda para não poder ter tal qualificação. A menos que a inteligência seja de qualificar tudo o que lhe adverso de direita reacionária como Marcelo ou Costa.
      Fique para lá a apoiar os pilha galinhas (caso Rui Pinto) ou os terroristas que foram presos e encarcerados em Guantanamo. Para além de outras iniciativas dignas da melhor antidemocracia de uma esquerda complexada.
      A sorte é que lhe vai acontecer o mesmo que os seus correligionários que depois de se candidatarem um contra o outro (Soares e Alegre) desapareceram politicamente. Na altura era uma guerra entre maçons. Será que esta também usa avental?…

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