Um novo estudo prevê que quase 90% das espécies de animais vão perder habitat para a agricultura até 2050. Cerca de 1.280 vão perder mais de um quarto do seu habitat restante.
Os cientistas sabem que a biodiversidade está a diminuir a nível mundial, embora de forma menos universal e dramática do que temíamos. Também sabemos que as coisas provavelmente vão piorar no futuro, com uma combinação de perda de habitat, alterações climáticas e sobreexploração que promete levar espécies e habitats cada vez mais perto da extinção.
O que não sabemos é o que fazer em relação a isso. Em parte, isto acontece porque a conservação é lamentavelmente subfinanciada. Mas também é porque as causas subjacentes do declínio da biodiversidade estão a ficar cada vez mais fortes a cada ano. As alterações climáticas recebem, com razão, uma grande cobertura, mas para a biodiversidade, a maior ameaça vem da destruição de habitats naturais para dar lugar à agricultura.
E à medida que a população cresce e as pessoas tornam-se mais ricas e consomem mais, essa necessidade de novas terras agrícolas só vai aumentar, resultando em pelo menos dois milhões de quilómetros quadrados de novas terras agrícolas até 2050 – e talvez até dez milhões.
Garantir que esta próxima onda de expansão agrícola não leve a perdas generalizadas de biodiversidade exigirá um grande aumento nas abordagens de conservação “convencionais”, mas provavelmente também exigirá algo mais.
Em vez disso, precisamos de enfrentar as causas subjacentes, ou a conservação não será capaz de lidar com isso. O que uma equipa de investigadores se propôs a fazer num estudo recentemente publicado na revista Nature Sustainability é descobrir exatamente quais paisagens e espécies provavelmente serão as mais ameaçadas pela agricultura no futuro, e quais mudanças específicas no sistema alimentar nos dão a maior probabilidade de salvaguardar a biodiversidade selvagem em diferentes partes do mundo.
Para fazer isso, os cientistas desenvolveram um método para prever onde é que a terra agrícola provavelmente se vai expandir em escalas espaciais muito curtas (1,5 km x 1,5 km). De seguida, sobrepuseram essas previsões com mapas de habitat para quase 20.000 espécies de anfíbios, pássaros e mamíferos, e observações sobre se cada espécie pode existir em terras agrícolas. Isto permitiu calcular a proporção de habitat que cada espécie perderia de 2010 a 2050.
Assim, as autores preveem que quase 88% das espécies vão perder habitat, com 1.280 perdendo mais de um quarto do seu habitat restante. Observando o impacto sobre as espécies individuais desta forma, e numa escala espacial tão reduzida, os cientistas foram capazes de identificar regiões específicas, e até mesmo espécies, que provavelmente vão precisar seriamente de apoio de conservação nas próximas décadas.
As perdas deverão ser particularmente graves na África Subsariana, especialmente no Vale do Rift e na África Ocidental equatorial, mas também haverá quedas graves na América Latina e no Sudeste Asiático.
É importante realçar que muitas das espécies projetadas para perder uma grande quantidade de habitat não estão, de momento, sob ameaça de extinção e, portanto, os conservacionistas podem não preocupar-se com elas.
Felizmente, existem algumas coisas que podemos fazer para aliviar esta perda de habitat, incluindo: aumentar a produção, ter dietas mais saudáveis, reduzir o desperdício alimentar ou até mesmo adotar uma abordagem global para o planeamento do uso da terra, o que poderia desviar a produção de alimentos das regiões em maior risco.
Neste novo estudo, os autores descobriram que uma combinação de todas as quatro ações poderia evitar a grande maioria da perda de habitat. Fazer isso, no entanto, exigirá esforços conjuntos de governos, empresas, ONGs e indivíduos.
ZAP // The Conversation
Como se o ser humano vivesse apenas de alimentação e esta fosse a única causa da perda de biodiversidade!
E a destruição das florestas e dos solos para a extração de minerais e madeiras para a construção?
E a dita transição energética para fontes renováveis que vai destruir uma grande parte dos solos e habitats porque é necessário extrair minerais para fabricar painéis solares, torres eólicas e baterias?
E os carros elétricos? Qual vai ser o impacto ambiental da fabricação deste tipo de veículos? O impacto dos veículos movidos a combustíveis fosseis já é conhecido – libertação de gases com efeito estufa, poluição atmosférica e aquecimento global. E os veículos elétricos? Parece-me que daqui a alguns anos vão chegar à conclusão de que afinal esta solução não é sustentável, porque a exploração dos solos vais ser de tal forma extensiva que nem para a produção de alimentos vai haver solo suficiente, quanto mais para a biodiversidade!
Culpa ‘e de nao haver organizacoes com poderes…
ONU nao funciona ‘e ninho de interesses e egos….
Estamos perdidos como humanidade… convencem que esta tudo ok, mas futuro ‘e incerto… quem sabe nao manda… e quem manda nao sabe, so concentram no dinheiro, na ganancia e na contrucao boa imagem e bom ego…por fim morremos todos sem excepcao… e decisoes que poderiam alterar e salvar muita coisa ficam por resolver…historia repetem se….