Uma nova investigação associou o consumo moderado de café a um menor risco de deterioramento cognitivo em pessoas com alto risco cardiovascular.
Os resultados são de um estudo levado a cabo pela Unidade de Nutrição Humana da Universidade de Rovira e Virgili e do Instituto de Investigação Sanitária Pere Virgili, em Espanha, que contou com a participação de 6.427 voluntários de todo o país.
De acordo com o novo estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica especializada European Journal of Nutrition, foi observada uma proteção face ao deterioramento cognitivo nos participantes que bebiam café, especialmente naqueles que consumiam duas ou mais xícaras por dia.
A função cognitiva dos voluntários foi avaliada através de questionários que exploravam aspetos relacionados com a memória, sentido de orientação, concentração, velocidade de processamento, atenção, procura visual e outros parâmetros, explicou a equipa em comunicado a que a agência noticiosa espanhola Europa Press teve acesso.
Os autores sugere que a relação benéfica pode ser resultado da interação entre diferentes compostos presentes no café: os compostos fenólicos, com propriedades antioxidantes, podem ajudar a reduzir o stresse oxidativo e a inflamação dos neurónios, ao passo que os componentes bioativos podem atenuar a produção de uma substância que é considerada um fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer.
Segundo o estudo, a cafeína presente nesta bebida pode ainda interagir com a neuro-transmissão, promovendo funções de alerta, humor ou excitação. Para a investigação, os autores basearam-se em investigações anteriores que sugerem que, do ponto de vista estrutural, a cafeína é semelhante à adenosina, um neurotransmissor.