A escolha de Lloyd Austin para o Pentágono está a causar polémica, pelo facto de o general estar há menos de sete anos na reserva.
Joe Biden, Presidente eleito dos Estados Unidos, oficializou na quarta-feira a escolha de Lloyd Austin para liderar o Pentágono, mas a nomeação causou algum desconforto entre os democratas no Congresso, por não cumprir os requisitos legais.
A nomeação do general aposentado Lloyd Austin é histórica, porque seria o primeiro secretário da Defesa afro-americano nos Estados Unidos. No entanto, é também controversa, e o partido de Biden não a recebeu com o entusiasmo que o Presidente eleito esperava.
“Ele é a pessoa certa para o trabalho, na altura certa”, disse Biden na cerimónia de nomeação formal de Austin, em Wilmington, Delaware.
No centro da controvérsia está uma lei americana criada em 1947 e emendada em 2008, que exige que um antigo oficial militar deve ter estado reformado durante mais de sete anos para poder ser secretário da Defesa.
Austin, de 67 anos, só é civil há quatro anos, por isso, para se juntar à Administração de Biden, precisa não só da aprovação do Senado, mas também de uma aprovação especial de ambas as câmaras do Congresso para contornar a lei. “Não pediria esta exceção se não acreditasse que este momento na história o exige”, justificou o Presidente eleito.
Desde a adoção desta regra, em 1947, apenas duas exceções foram aprovadas: a primeira em 1950, para George Marshall, que tinha acabado de implementar o seu plano para reconstruir a Europa, e a segunda para Jim Mattis, em 2016.
Tanto Biden como Austin expressaram o seu respeito pelo princípio de que o Pentágono deve ser dirigido por civis, enquanto os Chefes do Estado-Maior Conjunto são compostos por pessoal militar que também aconselha o presidente.
“Chego a este papel como líder civil, claro que com experiência militar, mas também com um profundo apreço e reverência pela sabedoria de que as nossas Forças Armadas devem ser controladas por civis”, disse Austin.
A senadora democrata Tammy Duckworth, membro da Comissão dos Serviços Armados do Senado, informou já que não apoiará a exceção para Austin.
Pelo menos três outros senadores democratas, Elizabeth Warren, Richard Blumenthal e Jon Tester, também expressaram a sua recusa em apoiar uma exceção para o nomeado de Biden, argumentando que também não o fizeram para Mattis e que não seria consistente mudar agora a sua posição.
ZAP // Lusa