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Jovens procuram casa em Campo de Ourique e na Ribeira

JSBGuedes / Wikimedia

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As zonas de Campo de Ourique e da Ribeira, em Lisboa, estão a ser cada vez mais procuradas por jovens, que apostam principalmente na reabilitação, revelam responsáveis de agências imobiliárias ouvidos pela Lusa.

Entre os motivos desta tendência está a remodelação dos mercados municipais de Campo de Ourique e da Ribeira, que levou a um maior destaque nacional e internacional das zonas, de acordo com os representantes.

Campo de Ourique

O Mercado de Campo de Ourique sofreu alterações, tendo sido reinaugurado em Novembro do ano passado, altura em que se aliou a restauração e as bancas tradicionais, num processo semelhante ao que se fez em Madrid, Espanha, com o mercado de San Miguel.

O responsável de uma imobiliária de Campo de Ourique, Daniel Seelow, explicou que o bairro actualmente é “carismático e tradicional”, o que se traduz nos imóveis.

Por conseguinte, há uma maior procura por parte de pessoas entre os 25 e os 40 anos, que apostam essencialmente na reabilitação. Também turistas e investidores privados procuram cada vez mais aquela zona para recuperação, acrescentou o representante.

“Isto fez com que os preços não sofressem tanto com a queda do mercado imobiliário”, mantendo-se estáveis, assinalou Daniel Seelow.

Actualmente, o metro quadrado junto ao Mercado de Campo de Ourique situa-se entre os 2.000 a 2.500 euros.  Um T2 com 100 m2 ronda os 180 mil euros, enquanto um T3 custa mais de 200 mil euros.

Situação semelhante verificou-se na zona da Ribeira. O mercado renasceu em maio, com um espaço de restaurantes gourmet e outro com a venda de legumes, fruta, peixe e flores, por exemplo. Vai ser criada uma terceira zona no piso superior do mercado, com discoteca, que deverá abrir em setembro.

A Ribeira

Em declarações à Lusa, o director-geral da ERA Portugal, Miguel Poisson, reconheceu que, apesar de se tratar de um fenómeno recente, já se sente um “impacto na valorização” dos imóveis junto à Ribeira e ao Cais do Sodré, essencialmente pelas diferenças entre “o que a zona era e o que é”.

Miguel Poisson indicou que a zona é hoje em dia uma “das mais procuradas da cidade“, juntamente com o Chiado, nomeadamente por jovens ligados ao design e à arte, atraídos também pela vasta oferta de transportes públicos.

“Estão reunidas as condições para juntar gerações novas com pessoas que vivem lá desde sempre, promovendo a coexistência”, rematou o responsável.

Junto ao Mercado da Ribeira, o metro quadrado varia entre os 1.000 euros (num edifício para reabilitar), os 2.200 euros (num edifício semirreabilitado, que implica obras de pequena dimensão) e os 2.500 euros (se já for completamente reabilitado).

Neste caso, comprar um T2 com 100  m2 ronda os 220 mil euros e um T3 com 130 metros quadrados os 280 mil euros, ambos semirreabilitados e a necessitar de pequenas intervenções.

João Barreta, especialista em gestão do território e comércio urbano, disse à Lusa que “a partir do momento em que as zonas começam a ter um comércio mais requalificado e mais procura, é óbvio que o imobiliário valoriza”.

Na opinião do investigador, “isso vai reflectir-se no tipo de lojas que vão começar a abrir à volta dos mercados”. Estes estabelecimentos têm diferentes âmbitos, sendo que em Campo de Ourique se centram no vestuário e no calçado e na zona da Ribeira em espaços de investimento nocturno e de artesanato, concluiu.

/Lusa

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