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Com acusações à FDA e à Pfizer, Trump reclama louros pela vacina anunciada como 90% eficaz

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Stefani Reynolds / EPA

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

O anúncio da Pfizer de que a sua vacina contra a covid-19 revela uma eficácia em 90% dos casos está a ser encarado como o princípio do fim da pandemia. E Donald Trump reclama méritos pela conquista da farmacêutica, acusando-a de atrasar o anúncio para não lhe dar “uma vitória” nas eleições.

A Pfizer e BioNTech, outra farmacêutica menos conhecida, anunciaram que a vacina que estão a desenvolver contra a covid-19 revelou uma eficácia de 90% na prevenção dos sintomas associados à infecção. O resultado foi destaque em todo o mundo, uma vez que é a primeira vacina a revelar resultados de eficiência acima dos 70%.

A informação fez disparar as acções da Pfizer e da BioNTech na Bolsa, arrastando, por contágio da esperança de que seja a solução para combater a pandemia, outras empresas e diversos mercados bolsistas pelo mundo a subidas significativas.

O peso da notícia é tal que o tema entra na batalha de Trump contra o resultado eleitoral das presidenciais norte-americanas, onde perdeu o poder para Joe Biden.

O ainda presidente dos EUA acusa a Pfizer de atrasar o anúncio da vacina para não lhe dar uma vitória nas eleições, tecendo a mesma crítica à FDA, a agência do medicamento norte-americana.

“Como já disse há muito, a Pfizer e os outros só anunciariam a vacina depois das eleições porque não tiveram coragem de o fazer antes. Da mesma forma, a FDA devia tê-la anunciado antes, não por razões políticas, mas para salvar vidas!”, escreve Trump numa série de publicações no Twitter.

“A FDA e os democratas não queriam que eu tivesse uma vitória com a vacina, antes das eleições, por isso [a notícia] apareceu cinco dias depois”, acusa ainda Trump.

“Se Joe Biden fosse presidente, não teriam a vacina durante mais 4 anos, nem a FDA a teria aprovado tão depressa. A burocracia teria destruído milhões de vidas”, alega ainda o presidente norte-americano.

O actual vice-presidente dos EUA, Mike Pence, também veio assumir para a administração de Trump os méritos da conquista da Pfizer, anunciando que o trabalho científico teve o apoio do Governo norte-americano.

“Grande notícia: graças à parceria público-privada forjada pelo Presidente Donald Trump, a Pfizer anunciou que no seu ensaio, a vacina contra o coronavírus foi eficaz, prevenindo a infecção em 90% dos voluntários”, frisa Mike Pence numa publicação no Twitter.

Contudo, a Pfizer já veio desmentir Mike Pence, frisando que a farmacêutica não recebeu qualquer apoio governamental para o desenvolvimento da vacina.

“Nunca fizemos parte do Warp Speed”, salientou a directora do departamento de vacinas da Pfizer, Kathrin Jansen, em declarações ao The New York Times (NYT), referindo-se ao programa lançado pela administração Trump, reunindo fundos públicos e privados, para acelerar o desenvolvimento e a distribuição de uma vacina contra a covid-19.

“Nunca recebemos dinheiro do Governo dos EUA ou de ninguém”, reforçou a também vice-presidente da Pfizer.

Todavia, um porta-voz da farmacêutica afirmou ao NYT que a Pfizer integra de facto a Operação Warp Speed como fornecedor de uma potencial vacina contra o novo coronavírus, não ficando claro se recebeu dinheiro para o seu desenvolvimento.

A Pfizer planeia, agora, pedir à FDA autorização para o uso de emergência da vacina ainda no final deste mês.

Até ao fim do ano, a farmacêutica equaciona produzir doses suficientes para imunizar entre 15 a 20 milhões de pessoas, conforme dados avançados pelo NYT.

Contudo, importa realçar que os dados divulgados pela Pfizer sobre os ensaios clínicos com a vacina ainda não foram alvo de revisão científica. Não há, portanto, conclusões definitivas de que a vacina seja de facto eficiente e segura.

Os especialistas alegam que são necessários “resultados de longo termo” para ter certezas.

Mas ninguém duvida de que se os dados sobre a eficácia da vacina se mantiverem ao longo do ensaio clínico que vai continuar, será o princípio do fim da pandemia.

SV, ZAP //

4 Comments

  1. Claro, foi ele que esteve nos laboratórios a pesquisar, a fazer testes e inclusive foi ele que se testou nele próprio a vacina!
    É tal e qual alguns patrões que dizem que eles é que fazem tudo e só eles é que trabalham e percebem de tudo e mais alguma coisa!
    Só é mesmo pena não perceberem que quando abrem a boca só sai porcaria!

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