A Procuradoria Anticorrupção espanhola está a investigar desde o final de 2019 Juan Carlos, a rainha Sofia e outros familiares pelo uso de cartões de crédito cujos fundos são provenientes do estrangeiro.
Juan Carlos, que abdicou do trono em 2014, já está a ser investigado pelo seu suposto papel num negócio pelo qual um consórcio espanhol ganhou um contrato de 6,7 mil milhões de euros para construir uma linha ferroviária de alta velocidade na Arábia Saudita.
O jornal britânico The Guardian escreve que Juan Carlos terá recebido um pagamento de 88 milhões de euros do rei Abdullah da Arábia Saudita em 2008, três anos antes de o contrato ser concedido. Juan Carlos estava coberto pela imunidade constitucional enquanto estava no trono, mas perdeu a proteção ao renunciar para dar o lugar ao filho.
Agora, o ex-rei de Espanha enfrenta novas acusações de corrupção, que são também direcionadas à rainha Sofia e a outros familiares, incluindo alguns dos netos. A notícia foi avançada, esta terça-feira, pelo jornal El Diario.
De acordo com o El Diario, os cartões de crédito mencionados na acusação foram pagos a partir de uma conta da qual nem o rei emérito nem a respetiva família surgem como titulares. Os movimentos nestes cartões foram feitos entre 2016 e 2018, escreve o Observador.
A Procuradoria Anticorrupção está a investigar os gastos e a origem dos fundos, apurando já que há indícios de presumível evasão fiscal ao encontrar rendimentos não declarados superiores a 120 mil euros num só ano fiscal.
Além disso, já foram identificados dois suspeitos alegadamente envolvidos neste esquema: um cidadão mexicano e um tenente da Força Aérea Espanhola de confiança de Juan Carlos.