Várias passageiras australianas foram submetidas a um exame ginecológico após ter sido descoberto um bebé recém-nascido abandonada na casa de banho do Aeroporto Internacional de Hamad, em Doha, no Catar.
O voo da Qatar Airways deveria partir em direção a Sydney, na Austrália, mas acabou por ser adiado por quatro horas.
As passageiras do voo foram informadas que teriam de desembarcar imediatamente, sendo posteriormente direcionadas para ambulâncias, onde foram examinadas para ver se tinham dado à luz recentemente, escreve o The New York Times.
O caso gerou uma forte onda de contestação na Austrália, com o próprio Governo australiano a ver-se obrigado a reagir ao incidente. A porta-voz da ministra dos Negócios Estrangeiros do país, Marise Payne, disse que o Executivo se encontra “profundamente preocupado com o tratamento inaceitável a algumas passageiras”.
“As informações que foram dadas indicam que o tratamento das mulheres visadas foi ofensivo, altamente inapropriado e para além das circunstâncias em que as mulheres poderiam dar o seu consentimento livre e informado”, acrescentou a porta-voz.
O Aeroporto Internacional de Hamad disse que o recém-nascido encontrado abandonado no aeroporto estava a ser tratado, mas não foi identificado.
“O recém-nascido continua sem ter sido identificado, mas está bem de saúde e sob cuidados dos profissionais médicos e do serviço social”, informou o aeroporto, que pediu ajuda a qualquer pessoa com informações sobre a mãe.
“Os profissionais médicos expressaram preocupação às autoridades sobre a saúde e o bem-estar de uma mãe que acabara de dar à luz e solicitaram que ela fosse localizada antes de partir do aeroporto. Indivíduos que tiveram acesso à área específica do aeroporto onde o recém-nascido foi encontrado foram solicitados a auxiliar na consulta”, explicou um porta-voz do aeroporto.
Mulheres de outros países e voos foram submetidas a exames semelhantes. O incidente está a ser investigado no Catar, segundo o canal Seven News.
“Obrigaram as mulheres a passar por testes físicos, principalmente o teste de Papanicolau à força”, declarou à AFP uma fonte em Doha que foi informada sobre uma investigação interna a respeito do incidente.