O jornal Público escreve este domingo que dez meses de pandemia foram o suficiente para encurtar em uma década o prazo previsto até ao esgotamento do fundo que serve de almofada financeira para o sistema de pensões.
De acordo com o matutino, deu-se, durante este período de tempo, uma contração recorde da economia e um aumento abrupto das necessidades de apoios sociais por parte dos portugueses motivados pela pandemia de covid-19, fatores que levaram à diminuição do “tempo de vida” deste fundo base das pensões.
No Orçamento de Estado (OE) para 2020, na análise da sustentabilidade do sistema de Segurança Social, o Governo apontava que os primeiros saldos negativos do sistema providencial chegassem “no final da década de 2020”.
Agora, na proposta de OE para 2021, que será votada na generalidade esta semana, os números apresentados mostram que o primeiro défice é esperado alguns anos mais cedo.
Segundo os números publicados, referentes apenas aos últimos anos de cada década (2030, 2040, 2050 e 2060) e citados este domingo pelo jornal Público, verifica-se que se está a antecipar um défice bem mais elevado em 2030.
No OE 2020, o défice projetado rondava os 424 milhões de euros e agora é de mais do dobro – 987 milhões de euros. Um resultado mais negativo que faz supor que o primeiro défice se possa verificar alguns anos antes do final da década.
O mesmo jornal faz ainda referência ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, que começa a ser usado a partir do momento em que se registam défices, onde também se encontram grandes diferenças entre o OE para 2020 e 2021.
Há dez meses, previa-se “um esgotamento do fundo na segunda metade da década de 2050”. Agora, estima que “o fundo se esgote na segunda metade da década de 40”.